Sábado da XXXI Semana do Tempo Comum
Evangelho – João 2,13-22

O amor, força motora do cristão!

O evangelho que a liturgia nos apresenta neste sábado ficou muito conhecido por que apresenta Nosso Senhor Jesus Cristo em um estado de ânimo jamais visto entre os seus discípulos: “Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas (Jo 2, 15). Vale a pena destacar a ausência de pecado de Nosso Senhor Jesus Cristo, mesmo quando ficou irritado com a situação que encontrou dentro do templo. Não é mencionado, pelo evangelista João, nenhum ato de violência de Nosso Senhor contra qualquer pessoa ou algum dos animais presentes dentro do templo. Somente este fato seria bom para refletirmos nossas atitudes quando ficamos nervosos.

Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (Jo 2,16). Fizeram do templo um lugar de comércio, e esse foi o motivo de todo nervosismo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sabendo que esse tipo de atitude não agrada a Nosso Senhor, devemos evitar, por no mínimo que seja, que nossa caminhada de fé não se assemelhe a relações comerciais com Deus. Infelizmente, muitos católicos ainda atuam assim.

Muitos buscam a Deus somente para alcançar alguma graça, para receber um auxílio espiritual, para solucionar algum problema. Enfim, reduz o relacionamento com Deus apenas na obtenção de algo, como se Ele fosse o grande supermercado aonde se encontra tudo o que necessitam. E quantos que fazem orações, penitencias, vão as missas, devolvem o dízimo, etc… como forma instrumental para se alcançar o que deseja, como um tipo de pagamento para receber a graça almejada.

Quem atua assim perde a oportunidade de descobrir uma grande verdade: Deus é amor! (cf. I Jo 4, 8). Mais do que um “gênio mágico” realizador de desejos. Deus é Nosso Pai (cf. I Jo 3, 1s) e estabelece com todos nós uma relação de amor. Tudo que Ele faz por nós O faz porquê nos ama. “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). E a atitude que devemos ter é amar a Deus (cf. Mt 22,34) e estabelecer com Ele um verdadeiro relacionamento de amor. O nosso amor para com Deus que deve ser a nossa motivação para ir a igreja, para rezar, para fazer penitência, para devolver o dízimo, etc.

Que Nossa Senhora, Mãe da Igreja, interceda à Deus para que sejamos purificados de toda tendência ao comércio espiritual que ainda está presente em nós e em muitos de nossos templos paroquiais. E que nossas expressões de amor para com Nosso Deus sejam cada vez mais evidentes em nosso caminho de fé.

Que assim seja!

Padre Fláunei Alves Pereira
Em estudos de Direito Canônico na Espanha