Sexta-feira da 1ª Semana do Tempo Comum
Evangelho – Marcos 2,1-12

A Memória do Anúncio da Palavra

Cada vez mais se percebe que o Anúncio da Palavra de Deus vai resumindo nas Celebrações Eucarísticas. Com isso, temos missas de diversos estilos que atraem os fieis por suas características próprias: missas temáticas. Existem muitos modos de estar pregando a palavra de Deus por meio destas missas que atraem pessoas de diferentes paróquias. Jesus também tinha seus meios para anunciar: fazia milagres e curava todo tipo de doenças. Contudo, não faltava o principal, pois “Jesus anunciava-lhes a Palavra” (Mc 2,1). Minha preocupação diante destas missas que atraem muitas pessoas sempre foi saber se realmente elas sabem o que é a Eucaristia. Até no tempo de Jesus as pessoas o procuravam em grande número: “muita gente se reuniu ali” (Mc 2,1).

Na Lineamenta da IX Assembleia ordinária do sínodo dos bispos do ano de 2004 tratou sobre a Eucaristia e conceituou-a “Eucharistia fons et culmen vitæ et missionis Ecclesi” _ “A Eucaristia é fonte e cume da vida e missão da Igreja” como nos ensina a Igreja. Jesus Cristo dá-se (cf. Jo 13, 1) como alimento do homem: dá o seu corpo e derrama o seu sangue por nós. Ele oferece-Se como sacrifício verdadeiro e definitivo, onde se realizam todas as figuras do Antigo Testamento.

A instituição da Eucaristia teve início na última Ceia: antecipação da sua morte. Desta forma, o lado aberto de Cristo é o lugar originário donde nasce a Igreja e emanam os sacramentos que a edificam, o Baptismo e a Eucaristia, dom e vínculo de caridade (cf. Jo 19, 34).

Na pessoa de Jesus Cristo coexistem como passado o Antigo Testamento, como presente o Novo Testamento e como futuro a imolação iminente. A Eucaristia exprime também a natureza da Igreja una, santa, católica e apostólica, tanto a nível local como universal. A apostolicidade da Eucaristia se dá “porque é celebrada de acordo com a fé dos Apóstolos”. A Eucaristia significa reunir, superar barreiras, levar os homens a uma unidade nova. Por isto podem receber validamente a Eucaristia só os batizados, a quem, se exige o uso da razão. Ela, sobretudo na doença e na morte, é chamada viático para a vida eterna.

Para a eucaristia ser visivelmente católica, deve ser celebrada “una cum Papa et Episcopo”, princípios de unidade visível universal e particular. Ela só tem sentido se celebrada com toda a Igreja, porque é “a carne do nosso salvador Jesus Cristo”. Nela contém a energia do Espírito que se transmite ao homem na comunhão e na adoração do Senhor realmente presente. Ela sempre é celebrada “sobre o altar do mundo”. O altar é símbolo de Cristo, do Calvário e do Sepulcro, donde o Senhor ressuscita glorioso; é mesa, sobre a qual se prepara o Cordeiro de Deus que une o céu e a terra.

Quanto aos elementos, o gesto da Eucaristia é possível só com o pão, com o vinho e algumas gotas de água que exprimem a união do povo santo com o sacrifício de Cristo. Para sua validade a água não é necessária. Quanto à fórmula, para a fé católica, são essenciais e necessárias apenas as palavras da consagração. O ministro é o sacerdote validamente ordenado. O sacerdote “actua in persona Christi” (cf. Gal 2, 20).

Resumindo, da Eucaristia nasce para todo o cristão o dever de colaborar na dilatação do Corpo eclesial através do anúncio da Palavra de Deus. A Sagrada Comunhão produz todos os seus frutos: aumenta a nossa união com Cristo, separa-nos do pecado, consolida a comunhão eclesial, empenha-nos em favor dos pobres, aumenta a graça e dá o penhor da vida eterna. Diante desta reflexão eu desejo que ao participar da Santa Missa você tenha consciência da grandeza daquilo que se celebra. Boa evangelização!

Pe. Joacir S. d’Abadia
Pároco da Paróquia São José