Caríssimo (a) leitor (a),
Hoje, muitas pessoas da sociedade, veêm na Igreja apenas uma faceta da sua vida, o suficiente para preencher o tempo da Missa de Domingo, mais nada… E isso é um mau sinal:
- É mau sinal quando vemos que uma criança tem vergonha de dizer aos amigos que faz catequese.
- É mau sinal quando uma pessoa que gosta de ir à Igreja rezar em silêncio é apelidada de algo do gênero como ‘rato de sacristia’, ‘beata’ (o), ou simplesmente de desocupada (o).
- É mau sinal quando a mulher tem vergonha de pedir ao marido para rezar um Pai Nosso com ela no final do dia antes de adormecer…
Às vezes parece que a Igreja esta ‘morrendo’ por dentro. E com o ‘por dentro’ refiro-me não tanto aos Padres, mas aos leigos que deviam ter voz ativa e não têm; que deviam tomar partido a favor da sua/nossa fé e não tomam; que deviam olhar para o interior do seu coração e defender o Cristo que lá habita e não o fazem.
Por quê?
Falta de vontade, falta de ânimo, falta de coragem, falta de forças, falta de entusiasmo, falta do verdadeiro conhecimento, medo do ridículo, medo da imagem que vão criar nas outras pessoas, medo de falhar, medo de … demasiados medos e faltas que arrastam e sugam para uma inércia contínua, contagiosa e quase invicta! Esta sensação de que ‘não é nada comigo, eu já contribuo que chegue para a sociedade, basta eu ir à Missa para também cumprir a minha parte na religião’ tem de ter um fim!
Infelizmente, hoje muitos dos fiéis vão à Missa como sendo um ritual, simples, quase desprovido de qualquer significado profundo e assim vivem a Eucaristia. E isso é um espelho que reflete a faceta com que a sociedade presenteia a Igreja. Não se envolvem em pastorais; não fazem a novena da sua própria paróquia; não participam das promoções e barraquinhas. E se têm que ajudar a vender bingos e rifas, fazem cara feia e além da não ajudarem, ainda falam mal; mas gostam de chegar na Igreja e encontrá-la limpa e bem cuidada; gostam de usufruir da boa aparelhagem de som; querem tudo funcionando perfeitamente; tornando-se assim verdadeiros “parasitas e sanguessugas”. Tudo tem que estar e funcionar de acordo com o que pensam para poder ajudar, e se não é conforme pensam, cruzam os braços, atrapalham e tentam desanimar os que ajudam. Que triste!
“Todo atleta em tudo se domina, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1Co 9,25-27). O cristão deve ser um atleta de Cristo. A vida cristã exige esforço, autodisciplina, amor, doação e constantemente perdão.
Que neste mês da Bíblia, permitamos que a Palavra de Deus ganhe cada vez mais o centro da nossa vida.
Fraternalmente em Cristo,
Pe Dilmo Franco de Campos