É comum vermos nas redes sociais pessoas ostentando seus corpos “esculturais” em autorretratos (as chamadas selfies) que só exaltam a vaidade e a realização pessoal de quem as publica. O mundo coloca um parâmetro de beleza, que, à custa de muito esforço, é alcançado por pessoas que vivem em função da busca de um corpo perfeito.
É inegável a real capacidade de esforço, renúncia e disciplina que estas pessoas têm. Horas de esforço pesado, alimentação balanceada, disciplina nos horários e o autocontrole desses indivíduos uma face do ser humano que o mundo colocou debaixo do tapete: a alma espiritual do homem.
Em uma época que a robustez de um corpo definido é exaltada, a fortaleza de espírito que faz uma pessoa capaz de negar a si mesma e entregar-se aos outros é considerada algo ultrapassado. As pessoas são capazes de passarem mais da metade do dia em academias, mas não admitem gastar um quarto de hora pensando na finitude de suas vidas. Vivemos em um mundo de virtudes loucas, onde o aclamado “politicamente correto” é norma de vida.
Somos seres dotados de uma alma espiritual imortal, e por isso, dotados de capacidades únicas que não estão presentes nos animais, por exemplo: inteligência, vontade, liberdade, capacidade de amar, entre outras tantas características que deveriam nos convencer de que não fomos criados para vivermos ao nível da satisfação corporal e física, mas para cruzarmos o horizonte desta existência falível e mortal para alcançarmos as colinas da vida eterna que nos aguardam: o Céu.
É claro que para levarmos uma vida sadia devemos nos cuidar, mas com sensatez. O nosso corpo é templo do Espírito e deve ser tratado com a dignidade que merece. No entanto, a nossa alma também é um tesouro que deve ser guardado, e também precisa exercitar-se. Somos um composto de corpo e alma. Ambos devem ser usados para alcançarmos a verdadeira meta de nossas vidas: a busca da felicidade, encontrada unicamente em Deus. Cuidemos para não cairmos na tentação da vaidade, pois afinal de contas, “de que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8, 36).
Por Sem. Ozias Xavier, 1º Teologia da Diocese de Formosa.