A Igreja povo de Deus dos cinco Continentes acompanha, através dos Meios de Comunicação, a realização da XV Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que teve início no dia 03 e se prolongará até o dia 28 do mês de outubro, e tem como tema – Os jovens, a fé e o discernimento vocacional.
Muitos podem estar se perguntando o porquê de um Sínodo na Igreja sobre os jovens, num momento da história em que vemos cada vez menos jovens participando das nossas celebrações. Não haveria outras prioridades mais importantes para serem debatidas pela Igreja num Sínodo? Sinceramente, creio que temos muitas prioridades na missão de anunciar o Evangelho, em todas as realidades dos cinco Continentes. Mas também vejo como um passo profético na vida da Igreja a atitude do Papa Francisco de convocar um Sínodo sobre os jovens, partindo da escuta dos próprios jovens.
Uma missão vivida intensamente na preparação do Sínodo foi a de escutar os jovens que regularmente participam de uma comunidade de fé e nela estão envolvidos nos movimentos e pastorais, mas também foi importante ter ouvido os jovens que raramente participam de alguma celebração e quase não se envolvem na vida da comunidade. Estes, embora tenham feito todo o percurso de formação inicial, aos poucos e por várias razões, foram abandonando a participação na comunidade de fé e deixando morrer o vínculo de pertença à Igreja comunidade orante. Mas o Papa Francisco quis que a Igreja, numa atitude de mãe que acolhe os filhos e filhas pelo batismo, sem deixar de ser servidora do Senhor, fosse ao encontro daqueles jovens que não a conhecem, e, com humildade e mansidão, os escutasse.
Esta nobre missão da escuta, tão lembrada ao povo de Deus no Livro do Deuteronômio (Dt 6), está estreitamente ligada à missão da Igreja, de anunciar a Boa Nova. Ela precisa continuamente ser discípula, colocar-se na escuta do Divino Mestre e do Espírito Santo, para viver e envolver intensamente as novas gerações na dimensão missionária.
Através da escuta, a mãe conhece as alegrias, angústias e esperanças que moram no coração dos filhos e filhas. E pode fazer-se mais próxima, ajudando-os a percorrerem o caminho de discípulos e discípulas do Senhor, sem perder a identidade de fé de povo de Deus, num mundo em continua transformação.
Dom José Gislon
Bispo Diocesano de Erexim (RS)