O hoje que Deus me deu pra viver reflete a Graça Dele em mim. Sua Misericórdia me escolhe, me elege, me conhece, sabe de onde eu venho e porque estou aqui, no meu “hoje” existencial. Deste modo, quero que seja mudado tudo em minha vida: tudo que me faça ser mais santo. Sei que jazo na vida pra fazer a vontade divina em minha humanidade. Corresponder ao sim de Deus me faz ver que sou convocado. Fui selecionado pra ser um padre. Contudo, meu passado não muda com esta eleição, pode variar sim o “como” interpretá-lo. Inclusive por que estive entranhado pela misericórdia, constituindo meu amor por excelência.
Tenho Cristo do meu lado, mesmo sabendo que as perseguições estão aceirando o meu ministério, tenho persuasão firme que fui indicado pra trazer nos meus ombros um pouco do peso da Cruz do meu Senhor. Presentemente transporto a cruz com a adesão do competente Senhor. REZO a Ele solicitando que seja este chamado, o chamado e o cuido como Sacerdote: IMPLORO que este voltar pra Ele seja de um homem de coração inteiramente disposto a responder com fé viva; contudo, AGRACDEÇO pois sei que outros fizeram seus ofícios deixando um chamando de amor em minha vida; mas, por fim, SUPLICO: como eu creio sendo amado, gostaria que os meus fieis fossem também amados e conhecesse a Ti, Senhor.
Conhecer o Cristo depende de como você quer florescer nas virtudes de Fé, quer dizer, ser florido no jardim plantado no mundo. Não compreendo porque fui escolhida dentre meus 14 irmãos pra seguir com a consagração da minha vida. Não foi chamada nenhuma de minhas irmãs, nem mesmo um dos meus irmãos, que me superam em muitas virtudes. Atraiu-me na minha história de imperfeição tornando-me perfeito por participar da Sabedoria Dele.
Sei de tudo que não me reflete a mim mesmo. No entanto, aquilo que não me reflete, resplandece a Graça em minha vida; Deus em minha vida e eu, servindo seus filhos, fazemos-me Nele. Desgostoso ou não de minha biografia existencial, o chamado me compromete. Preciso ser “misericordiado” por Deus, sentindo-me acolhido por Ele.
Sigo os passos de Deus com os meus “Ções” como meio de amá-LO: tentações, provações, perseguições, desilusões. No alto das Dificuldades se encontram as alegrias. No alto de uma montanha estão às flores mais belas, as folhas caudalosas, as árvores robustas. No sofrimento por minhas angústias sou enxertado pela alegria de ter a certeza de que não estou sozinho, tenho a presença do divino. Sou humilhado para ver que a presença de Deus era, por demais, pressentida por mim.
Nesta fragilidade me encontro no grande aconchego paternal. Assim, me permito estar no colo divino e, por ele, ser afagado em minhas angústias e sofrimentos. Pois seu acalento me pede licença para amar-me a mim mesmo. Sua graça me deixa feliz por estar no seu caminho e, justamente, por estar neste itinerário de Luz sou perseguido, antes porém, sou sustentando para superar todos os tipos de insídias perniciosas, pois, como disse Dom Cappio: “Quando a luz da fé incide sobre a vida, não muda nada, mas muda tudo”. Que meu “hoje” existencial, espiritual, intelectual, humano seja iluminado pela fé que Deus me dá como forma de mudança constante.
Pe. Joacir d’Abadia
Filósofo, autor de 10 livros, pároco da Paróquia São José Operário e Administrador da Paróquia Santa Luzia em Formosa (GO)