Aquele velho sacerdote estudou em Roma, fez Doutorado, foi pároco de Catedral, trabalhou na Cúria e foi o braço direito do Bispo.
Quando o Bispo, na reunião do Clero, perguntou quem queria ir para uma pequena e esquecida cidade do interior, ninguém se aventurou a levantar a mão. De repente, uma mão surge no meio dos clérigos. Aquele homem queria ir!
Todos assombrados com ele, um homem de sua vergadura, querer ir para aquele lugar distante de tudo! E foi… lá ficou 30 anos.
Um novo Bispo chegou e foi visitar o velho padre. Longe era o lugar, um difícil acesso e com temperaturas altas.
Ao ver o padre, como vivia e como era – casa simples, jeito simples, vestes simples e um sorriso bem latente – mas uma Igreja belíssima, zelo pelo sagrado e profundo amor ao povo, o bispo não se conteve e teve de perguntar ao padre:
– Como pode, um homem com seu currículo, anos estudando em Roma, pároco de Catedral por tanto tempo, homem da Cúria e com tantos títulos ter vivido tantos anos neste lugar?
O padre com um largo sorriso e delicadeza respondeu:
– Excelência, aprendi duas coisas na vida: lá Jesus estava, aqui Ele também está!
Lá eu vivia pobre, aqui também eu vivo pobre!
Não é o lugar! Não são as pessoas! Somos nós e o nosso coração. Se o damos à Deus e para Ele confiamos nossa vida, Ele tudo fará! E de resto não importará onde estamos, não importará nossos bens ou nossos títulos, o que realmente importa é o amor que ofereceremos aos outros.
O bispo em silêncio não soube o que dizer. Apenas abraçou aquele padre.