O tempo quaresmal proporciona a preparação para a Páscoa. Nele os cristãos são convidados a percorrer um itinerário espiritual com 40 dias de oração intensa, jejum e penitência. “Sabemos que os 40 dias referem-se aos 40 anos do Êxodo. É um tempo suficiente para um caminho de libertação. Assim aprendemos da Igreja”, afirma o arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson.
O fato é que a espiritualidade quaresmal gera a acolhida do Ministério Pascal, da Paixão, Morte e Ressureição de Jesus Cristo. “O Filho de Deus se entregou por toda a humanidade nas mãos dos homens, padeceu todo tipo de suplício, maltratado, injuriado, fizeram-no carregar a cruz, no calvário pregaram-no no madeiro e o ergueram entre bandidos. Sua morte cruenta transformou-se em remédio de salvação para todos nós. Mas o Pai, que é Deus, o ressuscitou glorioso”, enfatiza o arcebispo.
Os 40 dias vão da quarta-feira de cinzas até o Domingo de Ramos, tempo no qual, dom Delson afirma que deve-se vivenciar o espírito do Exôdo: “Como Povo de Deus, conduzido pela sua Palavra, sairemos da Terra da Escravidão, do pecado (egoísmo, maldade, injustiça, violência, hedonismo, vícios) para a Terra Prometida da realização das Promessas Divinas em relação à humanidade.
“Quaresma é tempo de saída de nós mesmos, mundo de fraqueza e fechamento, para irmos ao encontro do outro, mundo da abertura e fortalecimento, na convivência amorosa e fraterna, afirma o arcebispo.
No caminho quaresmal, a Igreja Católica convida os fiéis ao êxodo existencial ou a “sair da frouxidão na vida espiritual”, como define dom Delson. Para ele, a Quaresma é um tempo favorável para a mortificação. “Sabe-se que Adão continua a cair quando pecamos, mas a Igreja recorda sempre que o pecado não tem a palavra final em nossas vidas. O tempo da Quaresma é um caminho pedagógico que forma o homem interior, que o conduz à Vitória Pascal de Cristo. Portanto, Quaresma é saída, saída da vida velha para a vida cheia da esperança de Cristo!”, diz.
“Com a Virgem Maria, somos seguramente conduzidos aos últimos momentos dramáticos de Seu Filho, Jesus Cristo. E com Ela celebramos com alegria o “vencer” de Deus sobre os nossos pecados e escuridões”, finaliza o bispo.