Com a recente partida do Papa Francisco para a Casa do Pai, a Igreja vive o tempo da Sede Vacante, período marcado pelo silêncio, pela oração e pela espera. Em breve, sob a condução do Espírito Santo, os cardeais se reunirão em Conclave para discernir e eleger aquele que ocupará a Cátedra de Pedro. Mas, diante de tudo isso, cabe-nos uma pergunta: qual deve ser a postura do fiel cristão?
É natural que surjam inquietações, análises políticas, opiniões diversas — uns desejam um papa mais progressista, outros mais conservador. Como se o Papa devesse estar à direita ou à esquerda! Como se o Papa tivesse lado! O Papa tem centro: Jesus Cristo.
Alguém já disse com sabedoria: “Enquanto os homens ficam nos bastidores, nós rezamos ao Espírito Santo para iluminar a Igreja e nos apresentar aquele que o Espírito Santo nos indicar. Obediência ao Papa, qualquer Papa.”
Essas palavras nos devolvem à essência da fé: orar, confiar e obedecer. Não fomos chamados a especular, mas a crer. O que sustenta a Igreja não são estratégias humanas, mas a força do Espírito Santo, que sopra onde quer e quando quer.
É tempo de súplica. Elevemos o coração a Deus, pedindo que os cardeais sejam dóceis à voz do Espírito, e que o escolhido seja aquele que Deus, em sua eterna sabedoria, já destinou para pastorear o rebanho de Cristo. Não se trata de preferência pessoal, mas de fidelidade à vontade divina. A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica — e essa unidade se fortalece na confiança.
Como sacerdote missionário, cuja vida é movida pelo ardor de evangelizar, e que escolheu como lema de ordenação as palavras do Senhor: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15), sinto-me impulsionado a dizer: este é o tempo de renovar nossa entrega ao Bom Pastor!
Não temos medo de anunciar o nome de Jesus. É Ele quem sustenta a Igreja. A Ele devemos fidelidade. E obedecer ao Papa — seja quem for o eleito — é obedecer à vontade de Deus, que nunca abandona sua Igreja. O sucessor de Pedro virá, e virá com a missão de confirmar os irmãos na fé. A nós, filhos da Igreja, cabe acolhê-lo com amor, com docilidade, com oração. Assim, enquanto a Sede está Vacante, mantemo-nos em oração.
Padre Joacir d’Abadia, sacerdote da Diocese de Formosa-GO, Filósofo, Escritor com 21 livros publicados, articulista, Especialista em Docência do Ensino Superior.