DOM ADAIR JOSÉ GUIMARÃES
Bispo da Diocese de Formosa-Go
Mensagem de Páscoa 2023
“A luz do Cristo que ressuscita resplandecente dissipe
as trevas de nosso coração e nossa mente”
Amada Família Diocesana, irmãos e irmãs que nos seguem virtualmente,
Cristo Ressuscitado vive entre nós, Aleluia! Aleluia! Aleluia!
A alegria da celebração da Páscoa do Senhor nos renova permanentemente com o desejo profundo da posse da Luz do Eterno Deus. O sepulcro vazio nos convida a mergulharmos no “silêncio da eternidade” que nos alimenta no itinerário da nossa vida batismal.
Meu coração de pai e pastor leva-me a cantar o ALELUIA efusivamente com nossa família diocesana: sacerdotes, diáconos, religiosos, seminaristas, lideranças leigas, vocacionados, membros das novas comunidades, presentes no campo, nas cidades e em todos os cantos de nossa Diocese. Uno-me com intensa satisfação aos que nos seguem e acompanham pelas nossas mídias, aqui no Brasil e fora dele. Uma saudação especial aos que sofrem e estão esquecidos em suas dores e necessidades na certeza de que o Ressuscitado os animarão na fé e na esperança.
Aos que receberam o santo batismo e demais sacramentos da iniciação das mãos de nossos abnegados sacerdotes na noite da Vigília Pascal, a “mãe de todas as vigílias”, tenham nossa bênção especial, acompanhada de preces e de nossa estima.
Gratidão especial aos sacerdotes, religiosos e seminaristas de outras dioceses que vieram nos ajudar nesta inesquecível semana santa 2023. Deus os recompense por esse gesto de tamanha bondade para com esta Igreja Diocesana.
Nosso olhar de fé e solidariedade se voltam para os católicos perseguidos em tantos lugares do mundo, onde a semana santa não foi celebrada com a devida liberdade. Nossa unidade especial à Igreja da Nicarágua, perseguida intrepidamente pela tirania de um governo comunista do Foro de São Paulo, agora chamado delicadamente de “Grupo de Puebla”, que impôs o encarceramento a sacerdotes, padres e bispos, fechamento de escolas e de rádios católicas, expulsão de religiosos e limitação arbitrária à realização dos eventos da semana santa 2023.
Vivemos tempos sombrios com a imposição de uma falsa cultura, alicerçada no neopaganismo da revolução cultural marxista que deseja suplantar o cristianismo e impor a ditadura de costumes torpes e adversos à verdade de nossa fé. Estamos no advento do caos humano.
A Fé Católica, alicerçada no Mistério Pascal, é a única resposta ao drama e ao caos da humanidade hospedada no calabouço da dúvida, da escravidão da carne, dos falsos costumes e da morte (“neurose nuógena”).
A exemplo de Madalena e das outras mulheres (Mt. 28, 7-8), saiamos nós também a proclamar, “ele não está aqui, ressuscitou” (Lc. 24,6). No mistério do Ressuscitado está a verdade que nos orienta e salva. Neste evento encontra-se a cura do drama da humanidade que está com mais fome de Deus do que de pão. Sem Deus não há justiça e nem partilha.
A liturgia pascal deve impregnar a todos com o desejo de viver bem nosso batismo, solenemente renovado na Vigília Pascal. Juntos necessitamos, urgentemente, descobrir o lugar do empenho evangelizador e missionário de cada um de nós no coração da Igreja. Crianças, adolescentes, jovens, famílias, doentes e sofredores, precisam ser alcançados pelo anúncio da verdade do Ressuscitado. Em tempo, como está seu emprenho evangelizador e missionário na sua comunidade de fé?
“Por toda ovelha imolado, do mundo lava o pecado. Duelam forte e mais forte: é a vida que enfrenta a morte” (Sequência de Pascoa). Cristo morreu por nós, por mim e por você, retribuamos essa imerecida graça, doando nossa vida para que tantos que estão na morte possam viver.
“Agora, pois, enquanto vivemos nesta carne corruptível, morramos com Cristo pela conversão dos costumes, vivamos com Cristo pelo amor da justiça. Não haveremos de receber a vida bem-aventurada senão quando chegarmos àquele que veio até nós, e quando começarmos a viver com aquele que por nós morreu” (Santo Agostinho).
O tempo pascal é um convite e chamado de Deus à santidade para cada um de nós; dom já recebido no batismo. Para santo Agostinho, a Páscoa é a festa da vida. O cristão é chamado a morrer para sua vida de pecado e ressuscitar para uma nova vida, uma vida plena com Cristo. Então, no dizer deste Santo, em um dos seus sermões de Páscoa, é necessário morrer para o homem velho e para o pecado, para viver em Cristo. Somente neste caminho, quando chegar a morte corporal, poderemos realmente viver com Deus: «Creia, você que já é batizado: a velha vida já morreu, a morte foi recebida na Cruz e sepultada no batismo. A vida antiga, na qual você experimentou o mal, foi enterrada. Ressuscite para a vida nova! Viva bem! Viva para viver! Viva de maneira que, quando você morrer, não morra» (Sermão 229).
Gratidão a todos de nossa amada família diocesana e aos que nos seguem e oram por nossa missão. Feliz e santa Páscoa a todos! Deus os abençoe sempre e a Santíssima Virgem, a Imaculada, nossa Excelsa Padroeira, os protejam.