“Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco…”
Celebrar a Solenidade da Assunção de Nossa Senhor é juntar-se a geração daqueles que chamarão Maria de Bem-aventurada. É reconhecer todo bem, as maravilhas que Deus fez em favor Dela e por ela a toda a humanidade. Por mais que a louvemos, a amemos, a sirvamos, a exaltemos, não nos equiparamos ao que Deus nela realizou.
A grandeza de Maria levou São Bernardo a esta bela conclusão: “de Maria nunquam satis”. Ou seja, por mais abundantes que sejam nossos louvores à Virgem Maria, ainda não são suficientes. Isto é, “Maria não foi ainda suficientemente louvada e exaltada, honrada, amada e servida. Ela merece muito maior louvor, respeito, amor e serviço”.6 (Revista Arautos do Evangelho, Maio/2014, n. 149, p. 16 à 18).
A Solenidade de hoje afirma que o corpo imaculado da Virgem Maria, Arca da Nova Aliança, não sofreu a corrupção, porque ela “foi assunta em corpo e alma à glória celeste e foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo…” (Prefácio). De modo que, esta celebração de hoje, marca o coroamento da obra que Deus realizou em Maria e através Dela. Maria, assumpta ao Céu é a realização antecipada da glória futura que esperamos. Ela é o membro mais eminente da Igreja triunfante, modelo e esperança para nós que ainda estamos na condição de Igreja peregrina.
A assunção da Virgem Maria de Corpo e alma à glória dos Céus nos dá o luminoso testemunho que, unidos a Cristo Nosso Senhor pela graça, podemos sair vencedores sobre o mal, o pecado, o demônio e a morte. Esses males não puderam nada contra a Virgem Maria, porque ela era tudo para Deus, tudo para Cristo e Deus era tudo para Ela. Se a imitarmos, na sua fidelidade e obediência a Deus, também sairemos vencedores sobre esses males.
A quem tem a graça de Deus em abundância em nada lhe faz falta a graça, o louvor e o reconhecimento dos homens. Assim é a Bem-aventurada Virgem Maria, não lhe faz falta os louvores e exultação humanas, porque o “Todo- poderoso fez grandes coisas” em seu favor. Quem tem os favores de Deus, não lhe faz falta alguma os favores dos homens. Pelo contrário, pobre daqueles que não louvam e não reconhecem a grandeza da Bem-aventurada Virgem Maria.
Para nós, louva-la, honra-la, exaltá-la é para uma graça, é o reconhecimento daquilo que Deus fez em favor dela e em nosso favor. Somos nós quem precisamos dos favores da Virgem Maria, da sua interseção, do seu exemplo.
A grandeza e a santidade da Mãe Imaculada revelam a grandeza e a santidade do Filho. Como reconheceu Santa Izabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1, 42). Por sua vez, o Filho bendito reconhece, confirma a santidade da mãe, ao preservar o seu corpo da corrupção mortal, elevando-a à glória dos céus. Porque também a Virgem Maria, na Sua Imaculada Conceição, foi salva e redimida pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por fim, toda esta beleza, todo louvor que devemos a Ela encontram-se encerrados em uma das mais belas e mais profundas orações cristãs: “Ave Maria, grátia plena, Dóminus tecum; benedícta tu in muliéribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus”. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc, et in hora mortis nostrae. Ámen. Há dois milênios os cristãos, membros da geração que chamam e chamarão Maria de Bem-aventurada, entoam os seus louvores valendo-se das palavras contidas na anunciação do anjo e das palavras pronunciadas por Santa Izabel.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF
Leituras: Ap 11, 19ª; 12,1.3,10ab/ Sl 44 (45)/ ICor 15, 20 – 22
,Evangelho: Lc 1, 39 -56