“…ele permanece junto de Vós e estará dentro de vós” (v. 17)
O tempo pascal caminha já muito próximo da sua consumação, aproxima-se Pentecostes, a efusão do Espírito Santo sobre a Igreja e no coração dos discípulos para que o mundo possa conhecer a salvação que vem de Deus. O Espírito Santo é a alma da Igreja e também o é dos fiéis que o acolhem com o testemunho de uma vida Santa. Somos habitação do Espírito Santo, assim nos recorda a Palavra de Deus: “Vós o conheceis, porque ele permanece junto de Vós e estará dentro de vós” (v. 17).
O que está dentro de nós nos constitui sua morada, ou seja, somos morada do Espírito Santo. É Ele que, habitando em nós, nos dá capacidade para amar a Deus, para viver os seus mandamentos, para dar testemunho de Nosso Senhor, seja pelas palavras, seja pelas obras.
São Paulo não deixa dúvidas quanto à nossa condição de templos, de morada do Espírito Santo: “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós e que recebestes de Deus? Alguém pagou alto preço pelo vosso resgate; glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo” (ICor 6, 19). Cientes disso, quão grande deve ser o nosso zelo em cuidar deste templo.
Consequentemente, o nosso corpo não é para o pecado é para a glória de Deus, cujo Espírito Santo habita dentro de nós. Daí a gravidade dos pecados sexuais: fornicação, onanismo, adultério, a falta de pudor no vestir, a pornografia, o homossexualismo e toda espécie de luxuria e vícios, a violência contra o corpo, a drogadição. Estes atos constituem atentados gravíssimos contra o templo de Deus que é o corpo humano. São profanações terríveis que desfiguram o amor divino que nos foi dado em Cristo.
Por serem profanações gravíssimas contra o templo do Espírito de Deus que somos nós, são também atos de grave desamor para conosco, com o próximo e com Deus. Pois o que fere a dignidade do homem fere também o amor de Deus que nele habita. Pecar é, pois negar, a nossa condição de filhos de Deus, é negar o amor de Deus por nós, seus mandamentos.
Uma vez que manifestamos nosso amor a Deus, na medida em que vivemos segundo a sua vontade, segundo os seus mandamentos. Assim nos diz o Senhor: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (v. 15). Somente com nossa força não somos capazes de viver segundo os mandamentos divinos, ou seja, não somos capazes de amar como convém. É o Espírito Santo que habita dentro de nós que nos dá condições para viver segundo os mandamentos divinos.
Não contristemos o Espírito Santo com uma vida de pecado. Pois sem Ele habitando em nós, nos tornamos como casa abandonada, que logo cedo é dominada pelos animais peçonhentos e toda espécie de insetos e intempéries que a corroem por Dentro. Se nos deixarmos dominar pelo espírito mundano ou pelo espírito do mal. Nos tornamos como casa velha abandonada que, aos poucos vai sendo destruída a partir de dentro.
É o Espírito Santo que mantém em nós a viva consciência de que somos filhos de Deus, para não sermos arrastados à condição de escravos da carne e dos instintos. É Ele quem nos dá a força e a coragem para amar, servir e testemunhar Nosso Senhor, tanto com as palavras e como com a vida. Permaneçamos, pois no Senhor, assim como o Seu Espírito Santa habita dentro de nós. Ele que nos dá condições de razão da nossa esperança diante deste mundo conturbado.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF
Leituras: At 8, 5-8.14-17/Sl 65 (66)/I Pd 3, 15-18
Evangelho: Jo 14, 15-21