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sexta-feira, 22 novembro, 2024 - 17:56 PM

XVII Domingo do tempo comum

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Deus tem um projeto para todos nós

Não viemos a este mundo por acaso, mas por amor. Foi por amor que Deus nos criou, por amor nos enviou o seu Filho Jesus Cristo para nossa salvação, por amor Ele entregou sua vida na cruz, por amor Deus perdoa os nossos pecados para que possamos recomeçar a vida de um modo diferente. Somos, pois, resultado de um projeto de amor da parte de Deus. Isto mesmo, Deus tem um projeto para todos nós.

O amor de Deus por nós constitui o fio condutor da nossa história, portanto, aconteça o que acontecer, o amor de Deus nos precede e nos acompanha em tudo. É neste sentido que a palavra de Deus nos diz que: “…tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8, 28). Mesmo os acontecimentos mais difíceis, que não somos capazes de compreender, uma enfermidade, a perda de um ente querido, uma humilhação, os escândalos, os pecados, a desorientação doutrinária…

O amor com o qual Deus nos ama é mais forte até do que a morte. O seu projeto de amor prevê a salvação do homem por inteiro, corpo e alma. Por sermos frutos do amor de Deus somos predestinados ao Reino dos Céus, o maior de todos os tesouros que podemos conhecer e conquistar. Diante deste tesouro nenhum bem desta vida se iguala. Isto que o salmista expressa com as seguintes palavras: “Para mim, o que há no céu fora de vós? Se estou convosco, nada mais me atrai na terra!” (Sl 72 (73), 25.

Não resta dúvidas que os bens desta terra são valiosos, porque são dons de Deus, precisam ser usados com responsabilidade e respeito. Como cristão temos que nos preocupar e trabalhar quotidianamente para a construção de uma sociedade mais justa, mais solidária, por um mundo melhor. Sem, no entanto, se esquecer que este mundo passa, que caminhamos para uma pátria melhor e definitiva, para a qual nos predestinou o amor de Deus. É neste sentido que a oração da coleta de hoje nos convida a usar “de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam”.

O projeto de Deus para nós, fundado no amor, é o Reino dos Céus, no qual seremos cumulados definitivamente dos bens que não passam, dos bens eternos, a comunhão definitiva com o Senhor, a participação na sua glória. Por ora caminhamos pelas estradas incertas desta vida, convivendo juntos homens bons e maus, santos e pecadores, partilhando o mesmo mundo, os mesmos bens, as mesmas cidades, frequentando as mesmas igrejas. Mas há de chegar a hora na qual somente os que se deixaram guiar pelo amor de Deus é que terão acesso ao Reino dos céus.

O Reino dos Céus se conquista em primeiro lugar amando a Deus sobre todas as coisas, colocando nossa vida ao seu serviço. Se conquista amando os outros a partir de Deus. Engana-se quem pensa num projeto de vida, de Igreja, de sociedade, de família, de mundo, no qual não tenha lugar para o amor a Deus e ao próximo.

Ademais, qualquer projeto, humano, pessoal, familiar, eclesial, político, pastoral que não contemple a centralidade de Deus e de seu amor, são projetos fracassados já na sua origem. Nossos projetos humanos e pessoais devem estar em correspondência ao projeto de Deus, que nos amou por primeiro e quer a nossa salvação. É duro perceber que amplos setores eclesiais estão como que seduzidos por projetos pastorais eivados de ideologia político partidária, paganismo, ativismo ecológico, luta de classes, de exaltação do homem e das culturas em detrimento da adesão a Cristo e seu evangelho, de contemporização com o pecado nas suas diversas formas, mas completamente vazios de Deus. Tais projetos não tem futuro, estão mortos na sua fonte.

Não há para o homem e para seus projetos nenhum triunfo se este não permite que Deus triunfe sobre sua vida. Diante de Deus o homem triunfa quando aprende a amar. O Reino dos céus não é conquistado pelos “sábios e entendidos”, mas por aqueles que se dispõem a amar como Cristo nos amou.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras:IRs 3, 5.7-12/ Sl 118 (119)/ Rm 8, 28- 30
Evangelho: Mt 13, 44 – 52

 

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