Quinta-feira da XVII Semana do Tempo Comum
Evangelho – Mateus 13,47-53

Na profissão de fé, o credo que rezamos na missa, na oração do terço, em outras ocasiões, culmina na proclamação da ressurreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna e dizemos: “Jesus subiu aos céus… e, há de vir julgar os vivos e os mortos!” Esta verdade de fé nos acompanha, temos rezado e aguardado.

Durante esta semana, no evangelho ouvimos a parábola do joio e do trigo, hoje, da rede lançada ao mar que alcança peixes de todos os tipos, acentuando a diversidade de espécies existentes na realidade marítima. Uma parábola que retrata a realidade do fim dos tempos. Acontece que quando pescados são separados os peixes próprios e os impróprios – bons e os maus – para o consumo humano, pois de acordo com a tradição judaica algumas espécies eram consideradas impuras e não podiam ser consumidos (Lv 11, 9-12; Dt 14,9-10), e tinham que ser lançados de volta à água. O texto sagrado remete-nos a realidades cotidianas, onde convivemos diariamente na igreja, sociedade, numa diversidade de pessoas e situações que acolhem, recusam ou são indiferentes a Palavra de Deus. No entanto, o evangelho deixa claro que a iniciativa de fazer esta separação cabe a Deus, como Juiz e Senhor. Cristo é Senhor da vida eterna. O pleno direito de julgar definitivamente as obras e os corações dos homens e mulheres pertence a ele como redentor do mundo.

O dia do Juízo final será revelado a conduta de cada um e o segredo dos corações. A atitude em relação ao próximo revelará o acolhimento ou a recusa da graça e do amor divino. Jesus dirá no último dia: “Toda vez que fizestes isso a um destes pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).

Na parábola do Joio e do Trigo, o tempo é o sinal de esperança para a conversão pessoal. No evangelho de hoje, temos esta dinâmica da coexistência entre bons e maus e a diversidade como realidade reconhecida por Deus. Naturalmente, essa coexistência não significa conformidade e aceitação de toda realidade destrutiva à pessoa humana, mas uma renovada esperança, de que sob a ação do Espírito Santo, possamos redirecionar a vida para Deus e apresentar no fim de nossa peregrinação terrena os frutos de nossa vida. O desejo de Deus é que todos se salvem. Jesus não veio para julgar, mas para salvar (Jo 5,26), mas isso exige de nós um empenho pessoal.

Peçamos ao Espírito Santo que a nossa vida seja sinal e reflexo do amor de Deus e renove a nossa esperança na vida eterna.

Deus o abençoe sempre!

Vida que segue…

Pe. Pedro Nogueira da Silva Filho
Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Água Fria de Goiás


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