Roma, 12 de outubro de 2014
Nossa Senhora Aparecida/A
Leituras: Est 5,1-2;7,2-3/Sl 44 (45)/ Ap 12, 1.5.13.15-16
Evangelho: Jo 2, 1-11
Como é bom poder celebrar a maravilhas de Deus realizadas em Maria, a mais santa entre todas as mulheres, enriquecida com a plenitude da graça; primícia e modelo da Igreja; modelo de santidade e advogada nossa. Assim como a claridade é sinal de luz, a fumaça e sinal de fogo, Maria é sinal de Deus. Conhecemos o valor de uma árvore pela qualidade dos seus frutos, e o fruto de Maria é Jesus.
Maria foi enriquecida por Deus com a plenitude da graça, pois, como Arca da Nova Aliança, acolheu no seu seio o Cristo, e Ele é a graça em plenitude. Portanto, a riqueza de Maria é Jesus Cristo. Despojada das joias e riquezas deste mundo, mas ornada com a beleza encarnada, pois Jesus Cristo é a beleza de Maria. Assim, Maria nos convida a acolher Jesus Cristo como “a beleza sempre antiga e sempre nova” (Santo Agostinho), que orna nossa vida com o vinho novo da fé, da esperança e caridade. Sem esta beleza a vida perde o sentido, a festa perde a sua alegria.
Maria é primìcia e modelo da Igreja. De modo que, na sua missão, a Igreja precisa reproduzir as atitudes de Maria diante de Deus: a escuta, a obediência, a humildade para acolher um projeto que é de Deus, e por fim gerar Jesus Cristo de modo sempre novo para a humanidade em cada momento da história. Mesmo na sua Assunção Maria é o modelo completo da Igreja. Pois elevada ao céu está dizer a Igreja, enquanto presente na história sua missão é gestar Cristo para a humanidade, para que esta mesma humanidade possa ser gerada para Deus, a fim de ser glorificada por Cristo no Reino dos céus. Assim, a Assunção de Maria indica o futuro da Igreja – a glória do céu.
Maria é modelo de santidade e advogada nossa. Santo não é aquele que diz não, é aquele que diz sim ao projeto de Deus. Maria é a mulher do sim: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Ao dizer sim a Deus, Maria acolhe a novidade que vem de Deus – Jesus Cristo. Ser santo, segundo o modelo de Maria, é acolher a novidade que vem Deus. Por isso, a santidade é dinâmica, é ativa, não é negação como muitos pensam. Ser santo, a exemplo de Maria, é dizer sim a Deus colocando-se a serviço dos irmãos: “Donde vem que a mãe do meu Senhor me visite?” (Lc, 1, 43). Com Maria aprendemos que ser santo significa estar próximo de Deus sem desprezar a humanidade. Pois o santo é aquele se coloca próximo de Deus e dos seus semelhantes. Quem não vive para servir a Deus não serve para ser santo.
Por fim, Maria é nossa advogada. Aquela que está na corte do Rei, a exemplo de Ester, e não cessa de pedir ao Filho pelos seus: “Eles não tem mais vinho” (Jo 2, 3). Quantas vezes nos falta o vinho novo da alegria, da esperança, da fé, do entusiasmo. Não estamos caminhando sozinhos. Temos uma Mãe que conhece todas as nossas aflições e não deixa de apresenta-las a Cristo. Mas assim como nos coloca diante do seu Filho, Maria nos indica o caminho para chegarmos até Ele: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2, 5). Por sua obediência ela nos trouxe o Cristo, e nos chamando a obediência Maria quer nos levar até Ele. Nossa Senhora Aparecida! Rogai Por Nós.
“A vossa proteção recorremos, santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”
Pe. Hélio Cordeiro