O homem livre é aquele que faz da sua vida um serviço à majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo
A solenidade de hoje, de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo, vem nos recordar que a pessoa, a família, a sociedade, o mundo que tem a pretensão de se organizar sem Deus ou mesmo contra Ele colhe graves consequências. Uma vez que perde a sua referência de bem, de amor, de verdade e de liberdade.
Uma cultura, uma sociedade, uma família, uma nação que se organiza desprezando os valores do Evangelho e o senhorio de Nosso Senhor Jesus Cristo, não tem fundamento sólido sob o qual se apoiar. Precisamos, pois, trabalhar incansavelmente para restabelecer o senhorio de Nosso Senhor em nossas vidas, nas famílias, na educação, nas escolas e universidades, na economia, na política, na cultura. Tais realidades se encontram, hoje, num grave e perigoso nível de degeneração, como consequência de um laicismo radical e intransigente que tem a pretensão de deletar Deus do horizonte humano.
Isto pode ser notado ostensivamente nos que nos governam, nos que fazem as leis, nos que conduzem as universidades, a economia e os meios de divulgação da cultura. Quantos dos nossos jovens do interior ou mesmo dos grandes centros urbanos, de famílias cristãs católicas, formados com valores promissores, terminam por ingressar em nossas universidades ou noutros ambientes sociais e em pouco tempo se tornam irreconhecíveis. Passando a adotar contravalores, posturas de rebeldia, rejeição à Cristo e seu evangelho, posições ideológicas que os lançam num vazio insuportável.
Onde se rejeita o senhorio de Nosso Senhor Jesus Cristo passam a reinar os ídolos. Onde se rejeita a Cristo, muito cedo o homem se degenera. Pelo contrário, onde Cristo reina se gera a vida não a morte; o amor não o ódio; a verdade não a mentira; a virtude e não o vício. Onde Cristo e sua lei são obedecidos o ser humano é respeitado na sua dignidade. O homem livre é aquele que faz da sua vida um serviço à majestade e honra de Nosso Senhor Jesus Cristo.
As ideologias laicistas querem nos convencer que o homem é somente um ser carregado de direitos, que o homem somente será livre se se rebelar contra Deus. Procuram apagar das consciências que o homem é também portador de deveres para com Deus e para com o próximo.
Hoje vemos uma autêntica perversão cultural que passa não somente pela reivindicação de supostos ‘direitos’, mas que chega ao cúmulo da afirmação da vontade do homem contra a vontade de Deus e contra a dignidade do próprio ser humano. Por exemplo: o aborto, o divórcio, a eutanásia, a relações homossexuais, as cirurgias de mudança de sexo, o uso de entorpecentes, a prostituição, a corrupção, a violência, a tirania. Estas e tantas outras desordens jamais serão um direito, mesmo que estejam asseguradas por uma lei iniqua e imoral. Antes, tais posturas são sinais claros da rebeldia do homem contra o senhorio de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, consequentemente, reais ataques à dignidade humana.
Deixemos que Nosso Senhor Jesus Cristo reine em nossas consciências, em nossas famílias, nossas escolas, nossas instituições. Como Ele diz: “O meu reino não é deste mundo…” (Jo 18,36), mas este mundo é para o seu reinado. Jesus Cristo, Rei do universo tem uma tríplice potestade diante do mundo, nos diz o Papa Pio XI, Quas primas, n. 13. Ele é redentor, o único que tem o poder para nos salvar, Nele devemos depositar toda a nossa confiança. Ele é legislador, sua lei é o amor, a Ele devemos obedecer, antes que curvar aos ditames da cultura laicista anticristã vigente. Ele é executor, tem poder para premiar os justos e castigar os injustos. Se desejamos os prêmios mundanos, muito mais devemos desejar o prêmio eterno; se tememos o desprezo e o castigo dos homens, muito mais devemos temer o desprezo e o castigo de Deus.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF
Leituras: Dn 7,13-14 / Sl 92 (93) / Ap 1,5-8
Evangelho: João 18,33b-37