Os santos estão a nos dizer que vale à pena ser de Deus
A obra de Nosso Senhor Jesus Cristo no mundo é uma obra de santificação, que se realiza pela manifestação plena do amor de Deus ao mundo. Como bem sabemos a santidade é um atributo de Deus que se irradia a tudo que se refere a Ele. Por isso, a Igreja é santa e nela todos são chamados à santidade (LG,39).
Mas o que significa ser santo? A santidade é a perfeição na caridade, no amor. Os santos são, sobretudos, pessoas que souberam amar e obedecer à vontade de Deus. Sem amor ninguém pode ser santo. Os santos são também intercessores diante de Deus pelos seus irmãos ainda peregrinos neste mundo.
Os santos são ainda vencedores sobre as tribulações desta vida, que não se deixaram dominar pelas corrupções mundanas: “Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14). Foram redimidos pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo e foram fiéis ao seu amor.
Os santos são bem-aventurados, felizes porque viveram para Deus e para o próximo. Santos são os pobres de espírito cuja maior riqueza é o Senhor. Passaram por aflições tremendas por sua fidelidade a Deus, mas Dele receberam consolação e graça.
Seguindo as pegadas do Senhor, os santos são mansos e puros de coração. Ao ódio responderam com amor, ao mal confrontaram com o bem. Puros de coração porque no mais íntimo de si desejaram a Deus acima de tudo, por isso não profanaram seus corpos deixando-se dominar pelas volúpias sexuais.
Os santos foram e são promotores de paz, porque foram e são portadores de Cristo consigo e Ele é nossa paz. Promover a presença de Nosso Senhor Jesus Cristo nos corações, nas famílias, nas escolas, nas universidades, nas diversas instâncias sociais é promover a paz, uma autêntica obra de santificação.
Pela fé os santos são nossos irmãos, embora já se encontrem na Jerusalém do alto, Igreja triunfante, mantém-se vinculados à Igreja peregrina, que somos nós, ainda sujeitos às vicissitudes deste mundo. Por esse vínculo de fé, não estão indiferentes à nossa condição, por isso nos ajudam com sua intercessão e nos impulsionam à conversão e à santidade com seu exemplo.
Os santos estão a nos dizer que vale à pena ser de Deus, vale à pena seguir os passos de Jesus, vale à pena viver com empenho a nossa condição filial recebida no batismo. Eles são as provas que as promessas de Deus não são vazias, o céu não é uma ilusão, mas uma realidade. Contemplando a vida dos santos podemos confiar, a salvação não é uma possibilidade distante, mas real. Eles são testemunhas da fidelidade de Deus às suas promessas.
Por fim, com os santos compreendemos que o caminho de santidade começa no dia do nosso batismo e chega à sua plenitude na glória dos céus. A santidade não é uma condição que devemos esperar para o futuro, trata de uma resposta de amor a Deus e ao próximo cujos frutos são esperados já agora nesta vida. Assim, a celebração de hoje nos exorta a uma vida de fé e de amor no presente, ao mesmo tempo que nos aponta qual é o futuro daqueles que se mantém fiéis a Jesus Cristo nesta vida.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF
Leituras: Ap 7,2-4.9-14 / Sl 23 (24) / 1Jo 3,1-3
Evangelho: Mateus 5,1-12a