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quinta-feira, 21 novembro, 2024 - 10:34 AM

Solenidade de Todos os Santos

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“Festejamos, hoje, a cidade do céu, a Jerusalém do alto…”

Esta solenidade de hoje é a ocasião na qual a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é indefetivelmente santa (LG 39), celebra em um só dia a multidão dos justos, que neste mundo foram fiéis a Cristo, e não se deixaram vencer pelo mal. Diante de celebração tão bela, cabe-nos dizer: “Se eles venceram, também posso vencer!”. Hoje a igreja peregrina celebra é pede o socorro da Igreja triunfante, a cidade do céu, se volta para a Jerusalém do alto.

Esta multidão de santos que hoje a Igreja celebra venceram não pela força da violência, do ódio, da mentira, do poder, da política, do dinheiro, da aparência; mas pela força da fé, da esperança e da caridade. A sua confiança não foi depositada em nenhum poder mundano, num ser humano, mas no Senhor, nas suas promessas, por isso não foram decepcionados. Porque somente Nosso Senhor Jesus Cristo é a esperança que não decepciona (cf. Rm 5, 5).

Os santos foram homens, mulheres e crianças que passaram por este mundo, mas não pertenceram a ele, pois entregaram suas vidas totalmente ao Senhor. Estes não se engaram, venceram as tribulações, agora estão em pé diante do Cordeiro, Aquele que “tira o pecado do mundo”, no qual encontramos a salvação.

Os santos lutaram com tanto heroísmo para permanecerem fiéis a Deus, ao seu amor, ao Evangelho, à Igreja. Muitos ao ponto de derramar o próprio sangue – os mártires. Assim, eles nos indicam o caminho oposto ao que está em moda em nosso tempo. No qual os homens, mesmo aqueles que se dizem cristãos, desprezam com tanta facilidade os mandamentos divinos, enquanto brigam com ferocidade pelas realidades mundanas.

Por isso, tanto os santos, quanto a celebração de hoje vem nos lembrar qual é a nossa vocação primeira ser santos: “A Igreja é indefectivelmente santa: Cristo amou-a como sua esposa e deu-se a si mesmo por ela a fim de santifica-la; por isso todos na Igreja são chamados à santidade” (LG, n. 39). É para isto que fomos batizados, que recebemos a Eucaristia, que fomos crismados, que confessamos com frequência, que oramos, que pertencemos à Igreja.

A este respeito também nos adverte o evangelho: “Com efeito, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida?” (Mc 8, 36). Quantos em nosso tempo que até parecem que se esqueceram que tem uma alma para salvar, tão dominados pela mundanidade, pelo vício, que apagaram dos seus corações a sede de Deus. Deus não nos fez somente para este mundo, mas para vivermos junto a Ele na glória dos céus, O adorando, glorificando e dando ação de graças para sempre (cf. Ap 7, 12).

Os santos são bem-aventurados, pois com o espírito de pobres tinham Deus como sua única riqueza. No meio das suas aflições procuraram a consolação que vem de Deus. Diante da violência responderam com mansidão, procurando perdoar aqueles que lhes odiavam. Enquanto a maioria dos homens tem sede de poder, de fama, de prazer, de bens, os santos tem sede de Deus, do Deus vivo, das suas promessas. Enquanto os que não conhecem a Deus procuram ser justiceiros, os santos agiram e agem com misericórdia, inclusive para com seus inimigos. A misericórdia é a justiça dos santos, não a condenação, o juízo ou o desprezo para com os outros.

Enquanto o mundo se vê atolado nas mais graves indecências, escravizado pelo erotismo, pelas modas mais extravagantes e corrompidas, pelo sexo, pela pornografia, pelos espetáculos impudicos e licenciosos, os santos são puros de coração, pois seu único desejo é o de ver a Deus. Os santos são bem-aventurados porque enfrentaram e enfrentam com firmeza a perseguição por conta da sua fidelidade a Nosso Senhor. Os santos são bem-aventurados, porque não se deixaram abater diante das injúrias, mentiras e perseguições do mundo. A alegria dos santos é ser de Deus, é amar a Deus acima de todas as coisas e o seu próximo. Eles não procuraram recompensa neste mundo, mas a recompensa nos céus.

Por fim, a recompensa dos santos, a recompensa dos céus é grande demais para caber nos horizontes deste mundo. A sua recompensa é Deus mesmo, por isso os santos foram e são pessoas absolutamente livres diante das futilidades desta vida, nem mesmo a sua vida eram apegados, porque Deus é seu único bem, sua recompensa. Os santos nos lembram que nesta terra somos peregrinos, mas que a nossa morada é a Jerusalém celeste.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Ap 7, 2,-4.9-14/Sl 23 (24)/ I Jo 3, 1-3
Evangelho: Mt 5, 1-12a

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