Solenidade dos Santos apóstolos Pedro e Paulo

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“Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16)

Ao celebrarmos a Solenidade dos Santos apóstolos, São Pedro e São Paulo, temos a ocasião de renovar a nossa fé bebendo nas fontes apostólicas. O que nos dá a garantia que ainda hoje, em comunhão com o Santo Padre o Papa Francisco, com o colégio universal dos bispos, estamos em comunhão com a mesma e única fé, com a mesma e única Igreja que Nosso Senhor fundou e enviou ao mundo para dar a conhecer o seu nome e para comunicar aos homens a graça da salvação.

Um apóstolo é, antes de tudo, um enviado do Senhor, um servidor do evangelho, que não teme gastar a própria vida para tornar Nosso Senhor Jesus Cristo conhecido, amando, adorado e servido. Isto nos é testemunhado por São Pedro e por São Paulo, que enfrentam as cadeias, a perseguição, o sarcasmo e a morte, por sua fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo.

São Pedro e São Paulo se completam. São Pedro o primeiro, depois da Virgem Maria, a professar a fé na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16). Assim, a mesma é única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo continua em nossos dias na profissão de fé de Pedro, continuada ao longo dos séculos através dos seus sucessores.

De modo que, entre os que professam a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Papa é o primeiro. Ele é o garante da unidade da fé em Cristo, da unidade da Igreja. O Papa é, assim, antes de tudo, um servidor e guardião da fé da Igreja de Cristo.

Diferentemente dos falsos apóstolos, São Pedro e São Paulo, não fundam uma Igreja para si, porque a Igreja é de Cristo, antes foram constituídos pelo Senhor, servidores do seu rebanho. Apóstolo é aquele que se faz servidor da mesma e única Igreja de Cristo. Aqueles que fundam uma ‘igreja’ para si são impostores. E estes existem aos montes.

São Paulo, por sua vez, completa a profissão de fé de São Pedro propagando pelo mundo do seu tempo a verdade acerca da salvação em Jesus Cristo. São Paulo, anunciado incansavelmente que a fé que nos salva é aquela que foi professada por São Pedro – a fé no Messias, “Filho do Deus vivo”.

De modo que, com São Pedro e São Paulo, aprendemos que aquele que professa a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, tem também o grave dever de anuncia-la, de testemunhá-la ao mundo. Todo batizado, cada um na sua própria condição e vocação, tem o imperativo de professar a fé no culto e de testemunhá-la na vida. Porque esta é a fé que nos salva e salva o mundo.

Mas para se permanecer nesta fé são necessárias três condições: combater o bom combate, completar a corrida e guardar esta mesma fé. Essas são as características fundamentais daqueles que são constituídos apóstolos de Nosso Senhor, e daqueles que exercem algum apostolado em virtude do seu batismo.

Primeira condição, “combater o bom combate”. Significa não se curvar diante das tentações e seduções da carne, do mundo e do Demônio. Significa lutar, ajudado pela graça de Deus, para extirpar o mal da nossa vida e do mundo.

Segunda condição, “completar a corrida”. Ou seja, partindo da certeza que já fomos alcançados por Nosso Senhor, somos nós que, agora, corremos com temor e tremor para ver se o alcançamos (cf. Fl 3,12-14). Correr atrás de Cristo é responder com a fé e a vida à proposta de amor e salvação que Ele nos oferece na gratuidade.

Terceira condição, “guardar a fé”. Permanecer em Cristo, permanecer até o fim da vida na mesma fé de Pedro professada na Igreja, com a Igreja e pela Igreja de Cristo. Guardar a fé requer vigilância, para não sermos enganados pelas doutrinas falsas, que todos os dias arrastam a muitos para a ruina na fé. Guardar a fé requer perseverança na oração, na vida comunitária, nos sacramentos, sobretudo, na Eucaristia e na confissão. Guardar a fé requer perseverança no amor a Nosso Senhor, à sua Igreja, aos irmãos.

Por fim, para aqueles que combatem o bom combate, completam a corrida e guardam a fé, está reservada a coroa da justiça e da glória dos céus. Coroa esta, reservada para “Todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa” (IITm 4, 16). E a forma mais completa de esperar esta manifestação gloriosa do Senhor, é alimentar a fé na sua manifestação eucarística quotidiana, e testemunhar a fé nutrindo uma caridade autêntica para com os irmãos.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: At 12, 1-11∕Sl 33 (34)∕II Tm 4, 6-8.17-18
Evangelho: Mt 16, 13-19