“Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá, não morrerá” (Ez 18, 27)
Quotidianamente precisamos renovar nossa decisão por Deus, por fazer a sua vontade, por seguir o seu caminho. Uma vez que não são poucas as solicitações que querem nos desviar do caminho de Jesus Cristo. E para continuarmos no seu caminho não é suficiente responder da boca para fora, é preciso testemunhá-Lo com a vida. Somente a intenção de seguir Jesus Cristo não é suficiente, se faz necessário efetivar tal decisão.
Vejamos o exemplo dos dois filhos no evangelho de hoje. O pai se dirige a ambos para pedir-lhes que fossem trabalhar na sua vinha. O primeiro responde negativamente, “Mas depois mudou de opinião e foi” (Mt 21,29). O segundo responde: “’Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi”.
Atrás da resposta e da decisão de cada um dos filhos está o tema do arrependimento, a capacidade de repensar as próprias decisões e escolhas. Em suma, os dois filhos se arrependem. O primeiro se arrepende de ter dito que não ia. Enquanto o segundo se arrepende por ter dito que ia. Em ambos o arrependimento provoca uma revisão da decisão anterior, que nos permite ver que há um arrependimento negativo e um arrependimento em sentido positivo.
O arrependimento positivo o encontramos no primeiro filho, que disse que não ia e foi. Com ele aprendemos que nunca é tarde para rever os nossos erros e pecados e decidir-se por agir de outro modo, abrindo-se a graça da conversão. Com ele aprendemos que, embora, nalguma circunstância tenhamos pensado e externado não querer agir bem, ainda é possível escolher um caminho melhor.
O arrependimento em sentido negativo o encontramos no segundo filho. Que havia decidido fazer o que o pai lhe pediu, mas depois não teve firmeza suficiente par cumpri-lo. Com ele aprendemos que não basta ter e externar boas intenções, é preciso realiza-las. Como diz o ditado popular: “De boas intenções o inferno está cheio”.
No caso do primeiro filho o arrependimento produziu uma revisão de vida para melhor, disse: “‘não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi’” (Mt 21,29). Nunca é tarde para mudar de mentalidade e decidir-se por procurar fazer a vontade Deus. Mesmo que já o tenhamos negado tantas vezes como nossos pecados, com o contra testemunho de uma vida pagã. Com o auxílio da graça de Deus podemos mudar de opinião e de vida. Mudar de opinião e de vida para torna-la agradável a Deus, indo trabalhar na sua vinha.
É preciso decidir-se pelo Senhor hoje. Vejamos o pedido do pai aos seus filhos: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha!” (Mt 21,28). É mais do que um pedido, é um imperativo, é uma ordem. Não cumpri-la é colocar-se num caminho de desobediência e impiedade. Assim o é quem não se coloca à serviço da vinha do Senhor, está num caminho de desobediência, de impiedade.
Esta é uma decisão que não pode esperar para amanhã ou depois de amanhã. A ordem do pai é: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha!” (Mt 21,28). Nossa decisão por Jesus Cristo, pelo Seu evangelho, pelo seu amor, não pode esperar, temos que nos decidir por Ele hoje. Não espere para mudar de opinião, para romper com o pecado amanhã. O Senhor espera por sua resposta hoje! O Senhor que você se torne um católico melhor, um pai melhor, uma mãe melhor, um padre melhor, uma religiosa melhor, um filho melhor, um profissional melhor, um esposo ou uma esposa melhor hoje.
Por fim, de um lado, temos que pedir ao Senhor que nos ajude a realizar com firmeza o bem que externamos querer fazer. Que por outro lado, tenhamos coragem suficiente para realizar o bem que havíamos externado não querer fazer. Arrepender-se das vezes que fomos desobedientes a Deus, mudando nossa intenção e nosso proceder é optar pela vida. Enquanto que, quem diz sim ao senhor com a boca, mas O nega com a vida está percorrendo um caminho de morte.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF
Leituras: Ez 18-25-28 / Sl 24 (25) / Fl 2,1-11
Evangelho: Mt 21,28-32