O Senhor veio, o Senhor virá: “Ide ao seu encontro!” (Mt 25,6)

Caros irmãos e irmãs, a vida cristã neste mundo é um autêntico caminho de fé, feito de oração e de esperança. Caminho no qual o Senhor caminha conosco, no qual podemos encontra-Lo na Palavra, na oração, nos irmãos, nos que sofrem e, de modo único na Eucaristia. Agora Ele caminha conosco como Irmão, como Salvador. Assim ele segue nos preparando para O encontrar como Juiz. Dia no qual veremos como estão nossas lâmpadas. Acessas? Abastecidas com o óleo da fé, da esperança, da caridade? Apagadas? Vazias?

Colocar-se no caminho com o Senhor exige fé, exige uma decisão pessoal. À exemplo das dez virgens que se decidem ir ao encontro do noivo (cf. Mt 25,1). É um caminho comunitário, mas que depende de uma resposta pessoal, cada um precisa portar sua própria lâmpada, ou seja, dar a sua resposta pessoal de fé.

O evangelho nos adverte que há dois modos de ir ao encontro do noivo: de modo previdente e de modo imprevidente. De modo que não basta tomarmos a decisão de ir ao encontro do Senhor, é preciso preparar-se para este encontro.

Jesus é o noivo, é o Juiz que veio e que virá para desposar e julgar as nossas almas. Não nos enganemos, como as cinco virgens imprevidentes, indo ao encontro do noivo com as lâmpadas desabastecidas. O Senhor veio, o Senhor virá: “Ide ao seu encontro!” (Mt 25,6). Vamos ao seu encontro com as lâmpadas abastecidas com o óleo da fé, da esperança e da caridade.

Sem o óleo da fé, esperança e caridade é impossível agradar a Deus, impossível entrar para a festa eterna da comunhão com o Senhor. “Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou” (Mt 25,10). Todos estamos indo para o encontro com o Senhor, a cada dia se aproxima a hora da nossa morte, se aproxima o fim dos tempos. Mas nem todos estão preparados ou preocupados em preparar-se para este encontro.

As cinco virgens que se prepararam para o glorioso encontro entraram para a festa. Enquanto que às imprevidentes foram dirigidas, pelo noivo, palavras duras: “’Não vos conheço!’ Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora” (Mt 25,12-13). Assim é, o destino dos homens não é o mesmo. Um é o destino dos justos, dos que não temeram entregar-se confiantes ao Senhor, dos que não temeram amar, dos que não temeram fazer bem, dos que creram em Deus e nas suas promessas, dos que ousaram ir na contramão do mundo, por conta da sua fidelidade a Deus. Outro é o destino dos ímpios, dos que se fecharam para Cristo, para seu amor, ou mesmo que responderam seu chamado sem, no entanto, comprometerem as suas vidas, dos que disseram sim ao Senhor, mas passaram a vida toda guiados pelo espírito mundano.

Estamos indo ao encontro do Senhor, e o Senhor vem ao nosso encontro. Com quais vestes e disposições queremos nos apresentar diante Dele? Que tipo de vida temos para apresentar ao Senhor? Ele não espera de nós nem riqueza nem pobreza, fama ou algo mais. Ele espera de nós um coração que tenha se desgastado pelo amor. Que tenha procurado conhece-Lo, ama-Lo e servi-Lo. Somente duas pessoas que se conhecem podem desposar-se entre si. O Senhor não conhece aqueles que não O amam e não amam os seus: “Não vos conheço!” (Mt 25,13). Se nesta vida dizemos com nosso comportamento, com o contratestemunho, com indiferença, com a falta de fé, que não conhecemos o Senhor; Ele também nos dirá no último dia: “Não vos conheço!” Mas para aqueles que, mesmo ao custo de sacrifícios, perseguições e renúncias, testemunharam o seu amor, propagaram a fé e o bem, viveram para Deus, estes entrarão para a festa eterna da comunhão como o Senhor. Porque o Senhor conhece e premia aqueles que procuraram conhece-Lo e torna-Lo conhecido.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Sb 6,12-16 / Sl 62 (63) / 1Ts 4,13-18
Evangelho: Mt 25,1-13