No último fim de semana, 24 e 25 de maio, houve na Paróquia Santíssima Trindade em Planaltina Goiás o encontro de formação de música Litúrgica com o Padre José Carlos Sala assessor da CNBB para música litúrgica que esclareceu vários pontos importantes sobre a música cantada nas Celebrações Eucarísticas e atuação dos Ministérios de música nas missas. O encontro reuniu diversos cantores, cantoras e instrumentistas das paróquias de toda a Diocese de Formosa que fizeram perguntas acerca da coerência dos cantos nos ritos das celebrações.
No sábado (24) o Padre José Carlos deu início à palestra recitando um trecho do poema Motivo de Cecília Meireles para demonstrar o vínculo da música a todas as formas de arte para que esta flua de maneira plena, podemos aprimorar o canto admirando uma bela pintura ou escultura, apreciando uma paisagem ou lendo um poema.
“Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.” (Cecília Meireles)
Dando continuidade à exposição, Padre Sala questionou os participantes sobre o que faltava em cada paróquia para
haver um solo instrumental discreto.a total concretização da música litúrgica nas missas em que muitos citaram a falta de compromisso dos músicos, participação da assembleia e formação espiritual e teórica.
Padre José Carlos exortou sobre a importância dos momentos de silêncio no rito da missa que a liturgia pede e oMissal romano orienta como no ato penitencial, antes do Salmo responsorial e principalmente após a comunhão, não havendo o ritual da ação de graças nos documentos da igreja, pois, se tratando de um momento de comunhão com Deus, faz-se necessário esse tempo de intimidade e introspecção, podendo-se entoar um salmo de louvor ou
Discorreu sobre a necessidade da participação plena, consciente e ativa de toda a comunidade na celebração da eucaristia, a plena adesão aos textos que apresenta consonância com o tempo e o momento litúrgico para qual é destinada, adequada correspondência aos gestos que o rito propõe presente no documento do Concílio Vaticano II, entre
outras informações pertinentes, como algumas mudanças na música litúrgica advindas da promulgação do documento. “A música ritual brota de dentro do rito para que Deus apareça nas palavras e gestos” (Padre José Carlos Sala).
Houve um momento de acolhida e incentivo do nosso Administrador Diocesano Padre Romilson que destacou a necessidade da busca e aprofundamento do conhecimento da liturgia além do encontro de formação promovido.
O primeiro dia de formação foi concluído com a Celebração da Santa Missa presidida pelo coordenador do encontro Padre Pedro da Paróquia São Vicente de Paulo de Formosa.
No domingo (25), segundo dia do encontro, houve um momento de esclarecimentos das dúvidas e o Padre José Carlos Sala dissertou sobre a importância do salmo Responsorial na Celebração Eucarística, sendo a primeira forma de oração da humanidade, a necessidade de coerência e adequação entre a melodia e o texto do salmo, ressaltando a importância da participação da assembleia no canto do refrão, citando que a música e o salmo na missa são um diálogo amoroso entre nós e Deus.
Discorreu sobre a pertinência dos instrumentos musicais na liturgia afirmando que a interpretação instrumental deve estimular o canto pela comunidade, os sons dos instrumentos jamais devem interferir no som das vozes ou dificultar a compreensão do texto, incitou à experiência de um som mais ameno nas missas e exortou sobre o volume dos microfones e instrumentos para que a Igreja seja viva com a participação ativa e vibrante da assembleia.
Padre José Carlos Concluiu o segundo dia de encontro com a parte de técnica vocal instruindo sobre o relaxamento dos músculos e distensão do corpo, correta respiração e exercícios vocais a serem feitos antes dos ensaios e missas.
“Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais.” (Cl 3, 16)
Com informações de Bruno Santos e Luciane Sardinha.
Fonte: IMCweb