“Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” (Sl. 117)
Queridos sacerdotes, religiosos, religiosas, seminaristas, irmãos e irmãs em Cristo.
A vitória de Cristo celebrada neste dia já é também a certeza de nossa vitória. Cristo venceu a morte e com ela tudo que a provoca. De fato, “é para liberdade que Cristo nos libertou”. (Gal. 5,1)
Transcorridos os dias quaresmais de penitência e purificação, hoje somos convidados à alegria por termos com Cristo experimentado a ressurreição. A mensagem que brota do sepulcro vazio é de alegria, paz e principalmente de esperança. “Porque estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). A Igreja e o mundo têm motivos de sobra para recobrar a esperança. Não podemos nos deixar levar pelo desânimo nem mesmo pelo pessimismo. A força da ressurreição anulou para sempre as forças do mal que querem nos tirar a alegria de viver e de anunciar a Boa Nova do ressuscitado. As trevas foram vencidas pela luz. Como cantamos na proclamação da Páscoa: “Só tu, noite feliz, soubeste a hora em que Cristo da morte ressurgia; e é por isso que de ti foi escrito: A noite será luz para o meu dia”.
Mesmo que ainda percebamos no mundo alguns sinais de morte e escuridão, animados pela força do ressuscitado temos que iluminá-los com a luz que brota do sepulcro vazio. Eis, portanto, queridos irmãos e irmãs, a nossa missão: com nossas obras e palavras sermos luz na escuridão.
A Igreja nesta época de mudança deve ser sinal de esperança e porto seguro na hora das dúvidas. Ela não emana luz própria. Através de nós, cristãos, a luz de Cristo deve brilhar. Nossas comunidades devem ser locais de acolhida e renovação da esperança. Nossos irmãos e irmãs, devem ver em nós algo que nos diferencia dos demais, devem ver em nós o ressuscitado. O Reino anunciado por Cristo e conquistado pelo seu sangue na cruz se torna realidade quando o testemunho de cada um de nós atrai aqueles que estão distantes. Só teremos a capacidade de atrair se vivermos a lógica do amor que se doa, que morre para oferecer a vida, se ormos uma Igreja que vive a comunhão, que se põe ao lado dos mais fragilizados e que seja mais pobre e simples. Cansados de tantas palavras e discursos eloquentes os homens de hoje querem ver concretamente em nós a fé que professamos. Neste tempo de correria, de excessos de palavras e superficialidade o que se escuta se esquece, o que se vê se imita.
Não nos deixemos vencer pela tristeza nem pela falta de esperança. Não sejamos pessimistas. É preciso deixar-se envolver pela força do ressuscitado e acreditar que estes acontecimentos por nós celebrados não fazem parte da história passada, mas que ainda hoje se atualiza em cada celebração distribuindo as graças necessárias à nossa renovação interior e exterior. É preciso deixar-se envolver pelo entusiasmo da ressurreição para anunciar com alegria o Evangelho.
Uma santa e feliz Páscoa a todos! Que a celebração da vida que vence a morte nos impulsione a viver um tempo novo como homens e mulheres novos.
Pe. Romilson Gonçalves do Carmo
Administrador Diocesano