No hemisfério Norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) é de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908, por Paul Watson, pois cobriam o tempo entre as festas de São Pedro e São Paulo, e tinham, portanto, um significado simbólico.
No hemisfério Sul, por sua vez, as Igrejas geralmente celebram a Semana de Oração no período de Pentecostes (como foi sugerido pelo movimento Fé e Ordem, em 1926), que também é um momento simbólico para a unidade da Igreja. No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) lidera e coordena as iniciativas para a celebração da Semana em diversos estados.
Levando em conta essa flexibilidade no que diz respeito à data, estimulamos a todos os cristãos, ao longo do ano, a expressar o grau de comunhão que as Igrejas já atingiram e a orar juntos por uma unidade cada vez mais plena, que é desejo do próprio Cristo (Jo 17:21).
Semana de Oração (SOUC), edição 2018
Período
De 13 a 20 de maio
Tema
O tema é inspirado no livro do Êxodo: “A mão de Deus nos une e liberta”.
O cartaz traz pessoas em barcos que simbolizam, sobretudo nesses tempos de crise migratória, pessoas refugiadas que vivem cada vez mais à deriva dos poderes constituídos. Em muitos casos, sem políticas sociais que possam devolver a elas a dignidade roubada, essas pessoas são submetidas a situações de trabalho análogas à escravidão ou, então, comercializadas como escravas.
A arte alude, por um lado, que muitas dessas pessoas refugiadas contam com a “mão” de Deus que, de uma forma ou de outra, os ampara. É também a mão de Deus, presente em águas revoltas, que nos movimenta a agirmos em favor de uma humanidade que não se conforma com a violação dos direitos humanos e da dignidade de irmãos e irmãs de diferentes culturas e etnias.
O barco, símbolo do movimento ecumênico, também remete à comunidade cristã, que tem como desafio navegar, ecumenicamente, rumo à unidade. Entretanto, essa unidade almejada apenas será concreta se todas as pessoas tiverem acesso à justiça, o direito de viver em seus territórios de origem e o direito de viver sua cultura e espiritualidade.
A busca da unidade ao longo de todo o anoPromovido mundialmente pelo Conselho Pontífice para Unidade dos Cristãos (CPUC) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI)
INTRODUÇÃO AO TEMA PARA O ANO DE 2018
A tua destra, Senhor, esplendorosa de poder (Ex 15,6)
A região do Caribe
Conservando o nome de um dos grupos de seus povos indígenas – o povo Kalinago, inicialmente chamado de Carib – a região caribenha de hoje é uma realidade complexa. Sua vasta extensão geográfica inclui tanto ilhas como territórios continentais com uma rica e variada coleção de tradições étnicas, lingüísticas e religiosas. É também uma complexa realidade política com uma variedade de organizações governamentais e institucionais, desde territórios coloniais (ingleses, holandeses, franceses e americanos) até nações republicanas.
O Caribe atual é profundamente marcado pelo projeto pouco respeitoso de exploração colonial. Na agressiva busca de ganhos de mercado, os colonizadores organizaram sistemas brutais de comércio de seres humanos e de trabalho forçado. Inicialmente, essas práticas escravizaram, agrediram e, em certos casos, exterminaram povos indígenas da região. A isso se seguiu a escravização de africanos e a introdução de pessoas da Índia e da China.
Em cada estágio, os sistemas dos colonizadores tentavam tirar dos povos subjugados seus direitos inalienáveis: sua identidade, sua dignidade humana, sua liberdade e sua autodeterminação. A escravidão dos africanos não foi simplesmente um processo de transporte de trabalhadores de um lugar para outro. Numa afronta à dignidade humana dada por Deus, transformava-se em objeto de comércio uma pessoa humana, tornando um ser humano propriedade de outro. A partir da consideração dos escravizados como propriedade, vieram outras práticas que foram mais longe no tratamento desumano dos africanos. Entre essas se incluía a recusa do direito a práticas religiosas e culturais, ao casamento e à vida familiar.
Muito lamentavelmente, durante quinhentos anos de colonialismo e escravidão, a atividade missionária cristã na região, com exceção de uns poucos destacados exemplos, estava bem ligada a esse sistema de cunho desumano e de muitas maneiras o justificava e o reforçava. Enquanto aqueles que trouxeram a Bíblia para essa região usavam as Escrituras para justificar a subjugação do povo dominado, nas mãos dos escravizados ela se tornou uma inspiração, uma garantia de que Deus estava ao lado deles e que Deus os conduziria à liberdade.
O tema para a Semana de Oração pela Unidade Cristã em 2018
Hoje os cristãos caribenhos de diferentes tradições vêem a mão de Deus agindo para terminar com a escravidão. É uma experiência de união em torno da ação salvadora de Deus que leva à liberdade. Por essa razão, a escolha do canto de Moisés e Miriam (Ex 15, 1-21) como motivação na Semana de Oração pela Unidade Cristã em 2018 foi considerada muito adequada. É um canto de triunfo sobre a opressão. Esse tema foi assumido em um hino, A mão direita de Deus, escrito numa reunião de trabalho da Conferência Caribenha de Igrejas em agosto de 1981, e que se tornou marca do movimento ecumênico na região, traduzido para numerosos diferentes idiomas.
Como os israelitas, os povos do Caribe têm uma canção de vitória e liberdade para cantar e é um canto que os une. No entanto, desafios contemporâneos de novo ameaçam escravizar e de novo ameaçam a dignidade do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus. Embora a dignidade humana seja inalienável, ela fica freqüentemente obscurecida tanto por pecados pessoais como por estruturas sociais pecaminosas. Em nosso mundo decaído, as relações sociais muitas vezes não têm a justiça e a compaixão que honram a dignidade humana. Pobreza, violência, injustiça, o vício das drogas e da pornografia e a dor, o desgosto e a angústia gerados por tudo isso são experiências que distorcem a dignidade humana.
Muitos dos desafios contemporâneos são em si mesmos o legado de um passado colonial e do comércio de escravos. O ferido sentimento coletivo se manifesta hoje em problemas sociais relacionados à baixa auto-estima, violência doméstica e de grupos, e relações familiares prejudicadas. Embora seja um legado do passado, esses aspectos são também exacerbados pela realidade contemporânea que muitos caracterizam como neo-colonialismo. Sob tais circunstâncias parece quase impossível para muitas das nações dessa região escapar da pobreza e do endividamento. Além disso, em muitos lugares existe um sistema legislativo residual que continua a ser discriminatório.
A mão direita de Deus, que tirou o povo da escravidão, deu contínua esperança e coragem aos israelitas, assim como continua a trazer esperança aos cristãos do Caribe. Eles não são vítimas de circunstâncias fora de controle. Testemunhando essa esperança comum, as Igrejas estão trabalhando juntas para prestar serviço a todos os povos da região, mas particularmente aos mais vulneráveis e negligenciados. É o que vemos nas palavras do hino: “a mão direita de Deus está semeando em nossa terra, plantando sementes de liberdade, esperança e amor”.
ADAPTAÇÃO DO MATERIAL NO BRASIL
No Brasil, este ano, o material da SOUC foi adaptado pelo Conselho de Igrejas para Estudo e Reflexão (CIER), de Santa Catarina. Agradecemos ao CIER e seus integrantes pelo empenho e pela colaboração.
PARTICIPAÇÃO NA SOUC 2018 E SUBSÍDIOS
Organize seus grupos de oração, estudos bíblicos. Experimente orar e viver ecumenicamente. Participe da Semana de Oração pela Unidade Cristã.
Os pedidos para o material da SOUC 2018 poderão ser encaminhados para o e-mail: [email protected]. O preço do caderno é R$4,50. O cartaz ficará liberado para download, em alta resolução, neste link (em PNG), ou neste link (em PDF).
Para adquirir os materiais, basta encaminhar e-mail para [email protected] com o número de cadernos que deseja. É importante que no e-mail estejam informações como CNPJ ou CPF de quem encomenda e endereço para emissão de boleto bancário. O boleto será emitido para pedidos acima de 10 cadernos. Quem desejar menos de 10 cadernos terá que realizar depósito bancário na conta:
Banco Bradesco
Agência: 0606-8
Conta Poupança: 112.888-4
O valor do caderno é R$ 4,50. Neste valor estão inclusos frete e despesas com Correios. A cada dez cadernos encomendados, será enviado um cartaz da Semana. Individualmente, o Cartaz não será vendido. Para baixá-lo em alta resolução, clique aqui.
OFERTA DA SEMANA DE ORAÇÃO
A oferta da SOUC simboliza o comprometimento das pessoas com o ecumenismo. É uma forma concreta de mostrar que acreditamos realmente na unidade dos cristãos (João 17:21). Os frutos das ofertas doadas ao longo da Semana são distribuídos, anualmente, da seguinte maneira: 40% para a representação regional do CONIC (onde houver), que é destinado a subsidiar reuniões e atividades ecumênicas locais, e 60% para o CONIC Nacional, para projetos de maior alcance.
Vale lembrar que a oferta faz parte da celebração, logo, reserve um momento da liturgia para realizá-la. É um momento de gratidão pelas coisas boas que recebemos de Deus. Ofertas também poderão ser recolhidas nos encontros temáticos, durante a Semana.
Conta para depósito da coleta:
Banco Bradesco
Agência: 0606-8
Conta Poupança: 112.888-4
Sempre que possível, faça depósito identificado: CNPJ: 00.721.266/0001-23.