Foi publicada, na manhã desta sexta-feira (24/11), no Vaticano, a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, que será celebrado no dia 1° de janeiro, que tem como tema: “Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de Paz”.

O Santo Padre inicia sua Mensagem desejando a todos “Paz”, aquela que os anjos anunciaram aos pastores na noite de Natal. A paz é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo daqueles que mais precisam, como os migrantes e os refugiados.

De fato, recorda, na sua mente e no seu coração os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos ”são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos, que procuram um lugar onde viver em paz!. E, para encontrá-lo, estão dispostos a arriscar a própria vida em viagens longas e perigosas e a passar por sofrimentos incríveis.

“Com espírito de misericórdia, diz Francisco, abraçamos todos os que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa das discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental. Mas, não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoio e de beneficência, uma atenção vigilante e abrangente.

Praticando a virtude da prudência, salientou o Papa, os governantes saberão acolher, promover, proteger e integrar os migrantes, mediante medidas práticas, favorecendo uma maior integração. Os governantes devem assegurar-lhes justos direitos e desenvolvimento harmônico.

E o Santo Padre pergunta: Por que há tantos refugiados e migrantes? Como resposta, cita São João Paulo II, que, em sua Mensagem para o Dia da Paz no ano 2000, colocando como principal aumento de refugiados no mundo “os efeitos de uma sequência infinita de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas étnicas”, que caracterizaram o século XX. Mas, até agora, infelizmente, nada mudou.

No entanto, Francisco citou outras razões que causam um contínuo aumento do número de migrantes: o desejo de uma vida melhor; a reunião da própria família; encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução. Mas, citando também a sua Encíclica Laudato si’, explica que o trágico aumento de migrantes é causado pela fuga da miséria, agravada pela degradação ambiental.

A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem toma outros caminhos, por causa do desespero, da falta de acolhida nos países, para os quais representam riscos, peso, desprezo da sua dignidade. Quem age assim, às vezes por causas políticas, ao invés de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia.

Por isso, exortou Francisco, convido todos a encarar as migrações com confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz, com base na fraternidade, na solidariedade e na partilha.

Oferecer aos refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano a possibilidade de viver em paz, afirma o Papa, exige uma estratégia que contemple quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar.

O Santo Padre conclui sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz desejando que seja este espírito a animar o processo que, no decurso de 2018, levará à definição e aprovação, por parte das Nações Unidas, de dois pactos globais: um, para migrações seguras, ordenadas e regulares; outro, concernente aos refugiados.

Estes pactos representarão um ponto de partida para propostas políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, coragem e diálogo, para que se possa construir uma paz duradoura.