Todas aquelas pessoas que conseguem entender e abrir seus corações e suas vidas para a real fecundidade do Cristo Ressuscitado, para o Mistério Pascal, caminham juntas para um mesmo destino. As experiências de intimidade com Deus são as mesmas, porque conseguem paz e vida interior. Os critérios para isso estão nas Palavras de Deus contidas nas Sagradas Escrituras.
Na história bíblica encontramos pessoas que mudaram de nome quando assumiram um destino definido de vida. Era uma marca registrada do compromisso assumido. Assim aconteceu com Abrão, que se tornou Abraão, Sarai em Sara, Saulo em Paulo etc. O nome revela a identidade da pessoa. É por isso que na cerimônia do batismo, o primeiro ato é saber o nome de quem será batizado.
Dizemos que o destino de todas as pessoas é a morte. O cristão deve dizer que o destino mesmo é Deus, porque Dele nascemos e para Ele caminhamos. A vida terrena é uma via de mão dupla, de muitas possibilidades, mas deve levar a um destino comum, fruto das obras realizadas. A eternidade é uma conquista na trajetória terrena, assentada na fé, no amor e na esperança.
Diz o ditado popular que pelos frutos nós podemos conhecer a qualidade de uma árvore. Normalmente o agricultor conhece a semente que é jogada na terra. Ao plantá-la já prevê o resultado de seu trabalho. Tudo isso depende de investimento, de cuidado, de paciência e de muita confiança no futuro. O destino do que fazemos está nas mãos de Deus e depende Dele.
Muitas videiras são infecundas, não produzem frutos. Isso significa que alguma coisa está errada na sua estrutura. É como os atos de infidelidade realizados na vida pessoal. As consequências são vazias, sem frutos positivos de ajuda à coletividade. Na visão bíblica, árvore que não produz, é estéril, seja arrancada e jogada fora. Sua presença ocupa espaço e dificulta o trabalho do agricultor.
O amor ao irmão na comunidade cristã é como um verdadeiro termômetro da permanência da pessoa na intimidade com Jesus Cristo. Como uma videira, o destino da vida depende de podas constantes. Significa que a força está na fraqueza, nos sofrimentos, nas podas do orgulho, da vaidade e das maldades do cotidiano. Por tudo isso passa o destino comum das pessoas de boa fé.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.