A Festa da Ascensão do Senhor é o momento definitivo da plena realização da Aliança de Deus com seu povo. É o retorno do Filho de Deus à sua origem, para estar ao lado do Pai. Sela os objetivos do Plano da História da Salvação, possibilitando a elevação e o acesso do ser humano nas realidades divinas. É a consumação da missão de Jesus Cristo como caminho concreto de Salvação.
A missão de Jesus Cristo continua acontecendo hoje nos compromissos da Igreja, em trabalhos pastorais nos seus diversos níveis, no anúncio da Palavra de Deus e na formação de comunidades cristãs comprometidas com os princípios da fé e da vida cristã. Antes de sua volta ao Pai Jesus disse aos apóstolos: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os…” (Mt 28,19).
No indicativo do verbo “ide”, que Jesus proferiu aos apóstolos, está um verdadeiro mandato missionário, a Igreja “em saída”, conforme as palavras do Papa Francisco. Antes da ascensão Jesus deixa na Igreja o Espírito Santo como sustentação da continuidade de sua missão na história. O mesmo vigor e força presentes nas origens da comunidade cristã continuam hoje.
A missão cristã tem por finalidade transformar a vida das pessoas, curar suas feridas e elevá-las no caminho da santidade. Os desafios são muitos numa cultura cada vez mais secularizada e de marcas destruidoras da dignidade das pessoas. Aumentam sempre mais os desafios e os compromissos de ação libertadora da Igreja nos últimos tempos. Precisa abrir-se mais para a presença do Espírito.
Agora é o momento de a Igreja dar testemunho da essência da evangelização, sabendo mostrar o verdadeiro rosto de Jesus, sua paixão, morte, ressurreição e volta para a casa do Pai. Ação que deve provocar no coração das pessoas uma sensibilidade afetiva e efetiva de encontro pessoal com o Mestre, dando sentido de alegria para suas vidas. É uma tarefa que Jesus entregou a seus seguidores.
A plenificação da Páscoa continua na missão da Igreja. Para isso ela é iluminada, acompanhada pelo Espírito Santo e tem um rumo certo. Seu alvo é a realização das pessoas como vocacionadas para a vida plena em Deus, ao seio infinito da Trindade Santa. É por tudo isso que dizemos da ascensão de Cristo e da nossa ascensão e, juntos, peregrinarmos para a casa do Pai.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba