O diácono permanente é uma vocação da Igreja para o serviço da comunhão, para o serviço dos irmãos. Assim, diaconia é serviço e, o diácono é aquele que serve. O chamado ao diaconato é serviço de forma especial por ser o diácono sinal sacramental de Cristo-Servo.
Dado que o diácono permanente é simultaneamente pai e esposo, exerce uma profissão civil e se consagra à Igreja pelo sacramento da Ordem, sua vocação abrange vários aspectos com três grandes dimensões: familiar, profissional e eclesial. Estas três dimensões devem contribuir positivamente para a realização da vocação diaconal.
Uma vez que a vocação inclui aspectos sobrenaturais (é Deus quem chama e espera resposta), também se faz necessário aplicar à vocação diaconal as características bíblicas do chamado. Vocação é antes de tudo, dom de Deus: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constituí profeta para as nações” (Jr 1,4-5).
O diaconato permanente, além de ser um dom para a Igreja é um bem para o vocacionado e para sua missão. Como dom, deve ser acolhido dentro das circunstâncias de tempo e de ambiente.
Na avaliação da autenticidade de uma vocação devem ser levadas em consideração as aptidões objetivas do candidato, a livre determinação da vontade e a confirmação do chamado pela Igreja. Tal avaliação deve ser feita em estreita união com a família do candidato (ao diaconato), com a comunidade eclesial e com os responsáveis diretos pela formação diaconal.
A vocação para o diaconato permanente deve passar pelo discernimento da Igreja, que, como mãe, acolhe aqueles homens dispostos a dedicar a vida ao serviço da Igreja, ao povo de Deus.
Por tudo que fora mencionado podemos perceber aquilo que é ensinado pelas Diretrizes Gerais para o Diaconato Permanente, no que se refere à vocação, à formação, à vida e o ministério do diácono permanente: “A diaconia na Igreja católica tem a sua origem na diaconia de Jesus. O diaconato é sacramento da caridade aos pobres e excluídos. Os diáconos, são ordenados para o serviço da Palavra, da caridade e da liturgia, também para acompanhar a formação de novas comunidades eclesiais, especialmente nas fronteiras geográficas e culturais, principalmente onde se encontra dificuldade de chegar com a ação evangelizadora da Igreja. Isto quer dizer que os diáconos, não são ordenados para eles mesmos, nem para se colocar acima dos demais leigos, nem para desempenhar funções diferentes da dos presbíteros e dos bispos, mas para a missão, além do mundo que nos rodeia, para além das fronteiras da fé. Pelo testemunho de vida doada à missão, incorporados a Jesus Cristo, servo e servidor, por meio do sacramento da ordem, devem revelar a dimensão especial da diaconia do ministério ordenado, ajudando a construir um mundo mais de acordo com o projeto de Deus”.
Por Alaércio Ferreira