Deus é amor. E a misericórdia é o “amor em excesso”. Faz parte de sua essência ser misericordioso. Demonstra isso na Trindade, uma vivência de comunhão, de Fraternidade e Partilha.
Faz-nos acreditar quando olhamos para toda a obra criada. Tudo existe gratuitamente, por simples e total gratuidade d’Ele. Não fizemos nada para existir, apenas existimos e devemos receber isso como um dom, um verdadeiro presente.
Demonstra sua misericórdia, quando a Trindade reunida, olham para o mundo; algo está errado e não se alegram com o que veem. Como um satélite que se desvia da rota e é preciso re-direcioná-lo, assim está a humanidade; O Pai olha para o Filho e o Espírito Santo, na hora do café da tarde e diz a Eles: eu vou lá para consertar as coisas; o Filho responde imediatamente: eu vou com o Senhor; e o Espírito Santo rapidamente diz: mas eu vou primeiro. E Deus olha para Nazaré.
É o momento em que acontece a recriação. Se a criação tem todo o seu esplendor voltado para as coisas visíveis e no barulho do Big Bang; a recriação acontece nos dois maiores silêncios da encarnação e ressurreição. A ciência se maravilha diante das ondas gravitacionais do big bang ou de um choque entre estrelas a muitos anos luz atrás; nós nos maravilhamos muito mais de saber que o amor do Pai misericordioso alcança os seres humanos do passado, presente e todos que existirão no futuro. Uma onda que não se extingue jamais.
Um ato de contrição perfeito, uma confissão, são capazes de devolver a graça santificante na alma de uma pessoa. Uma onda que começou na cruz e não se acabará jamais.
O Papa Francisco disse que “Onde há misericórdia ai está presente o Espírito de Deus. Onde há rigidez, aí estão seus ministros”. Se não descobrirmos o verdadeiro motivo da minha resposta, trabalhar pelo Reino de manhã, à tarde e noite, então vamos ter problemas. A nossa resposta não é para um trabalho, mas para Ele.
Não há pecado que possa cancelar da memória e do coração de Deus, um filho.
Pe Dilmo Franco de Campos.