“A misericórdia de Deus será sempre maior do que qualquer pecado”: escreve o Pontífice num novo tuíte lançado esta terça-feira (29/12). A frase é extraída da Bula de convocação do Jubileu “Misericordiae Vultus” (Rosto da Misericórdia).
No documento, o Papa Francisco convida a colocar novamente no centro, com convicção, o Sacramento da Reconciliação, porque permite experimentar a grandeza da misericórdia.
“Ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa”, escreve o Santo Padre no texto da Bula para o Jubileu. Porém, recordava no início deste ano, também o perdão tem uma condição:
“Não existe nenhum pecado que Deus não possa perdoar! Nenhum! Somente aquilo que é subtraído à divina misericórdia não pode ser perdoado, como quem se subtrai ao sol não pode ser iluminado nem aquecido” (Discurso aos participantes do Curso da Penitenciaria Apostólica, 12 de março de 2015).
Um dos sinais importantes do Ano Santo é a Confissão – disse Francisco durante uma audiência geral:
“Deus nos compreende também em nossos limites, nos compreende também em nossas contradições. Mais ainda, com o seu amor nos diz que propriamente quando reconhecemos nossos pecados, Ele se faz ainda mais próximo de nós e nos impele a olhar para frente. Diz mais: que quando reconhecemos nossos pecados e pedimos perdão há festa no Céu. Jesus faz festa: essa é a sua misericórdia” (Audiência geral, 16 de dezembro de 2015).
O perdão dos pecados não é “fruto dos nossos esforços”, mas “dom do Espírito Santo” que nos cura. E “não é algo que podemos darmos nós. Não posso dizer: perdoo meus pecados. O perdão se pede, se pede a outro, e na Confissão pedimos o perdão a Jesus”:
“Alguém pode dizer: eu me confesso somente com Deus. Sim, você pode dizer a Deus ‘perdoai-me’, e confessar seus pecados, mas nossos pecados são também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isso é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote” (Audiência geral, 19 de fevereiro de 2014).
Recorrendo ao Sacramento da Reconciliação, também a vergonha é salutar:
“Também a vergonha é boa, ter um pouco de vergonha é salutar… A vergonha faz bem, porque nos torna mais humildes” (Audiência geral, 19 de fevereiro de 2014).
Porém, a Confissão “não deve ser uma tortura”. Os confessores devem ser respeitosos da dignidade e da história pessoal de cada um – exorta Francisco.
“Mesmo o maior pecador que se apresenta diante de Deus para pedir perdão é ‘terra santa’… a ser ‘cultivada’ com dedicação, cuidado e atenção pastoral.” “Todos deveriam sair do confessionário com a felicidade no coração, com o rosto radiante de esperança”:
“O Sacramento, com todos os atos do penitente, não implica que se torne um interrogatório cansativo, maçante e invasor. Pelo contrário, deve ser um encontro libertador e rico de humanidade, através do qual poder educar para a misericórdia, que não exclui, aliás, compreende também o justo compromisso a reparar, o quanto possível, o mal cometido” (Discurso aos participantes do Curso da Penitenciaria Apostólica, 12 de março de 2015).
O Santo Padre afirma que “nem o confessor por demais tolerante, nem o confessor rígido, é misericordioso”:
“O primeiro, porque diz: “Continue, isso não é pecado, continue, continue!” O outro, porque diz: “não, a lei diz…”. Mas nenhum dos dois trata o penitente como irmão, toma-o pela mão e o acompanha em seu percurso de conversão! (…) Misericórdia significa cuidar do irmão ou da irmã e ajudá-lo a caminhar” (Discurso aos participantes de um curso da Penitenciaria Apostólica, 12 de março de 2015).
Fonte: Rádio Vaticano