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quarta-feira, 15 maio, 2024 - 06:23 AM

XI Domingo do Tempo Comum

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“Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder…” (Mt 10, 1)

A Igreja já na sua origem é a resposta de Nosso Senhor ao sofrimento das multidões que “estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9, 36). Vendo este cenário o Senhor se enche de compaixão. O que podemos dizer das multidões do nosso tempo? Também muito cansadas, abatidas, desiludidas, sem esperança. Mas as multidões de hoje são também objeto da compaixão do Senhor, a elas a Igreja deve levar a fé, a esperança, o consolo, o convite à conversão, a salvação.

Diante de tantos problemas sociais, econômicos, políticos, familiares, humanos, ecológicos, dá-se a impressão que obra é imensamente maior do que a força dos operários. Situando isto no contexto das nossas paróquias e cidades, como que as necessidades pastorais estão sempre acima das nossas forças e quantidade. Os padres não são suficientes, os catequistas são poucos, as religiosas são em pequeno número, os leigos engajados no apostolado são alguns. O que fazer? Jesus nos dá a resposta: “Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mt 9, 38).

Rezar e trabalhar para que o Senhor não deixe faltar os operários que sua vinha tanto precisa: padres, religiosas, catequistas, agentes de pastoral, bons pais de famílias. Homens e mulheres que amem a Nosso Senhor e sua Igreja e por ela se gastem no testemunho e na difusão do evangelho, tornando Cristo conhecido e amado lá onde o sofrimento é maior, lá onde a miséria é grande, lá onde o pecado domina, levando sinais do céu lá onde o inferno parece imperar.

Na Igreja, vinha do Senhor, todo batizado, cada um a seu modo e segundo sua vocação, é chamado a ser um trabalhador na vinha do Senhor. Ninguém está dispensado. A responsabilidade primeira quanto à missão da Igreja recai sobre os pastores os bispos em comunhão com o Santo Padre e com a cooperação dos presbíteros. Mas a missão da Igreja precisa e requer também o empenho qualificado dos religiosos e leigos, para que o reino de Deus possa se expandir e chegar aos corações. Sobretudo lá aonde os padres não podem chegar, mas os leigos se fazem presente e ali podem ser um testemunho luminoso do evangelho.

Diante da urgência da missão de do chamado, somente nos cabe duas posições: responder ao chamado e nele permanecer ou fazer-se traidor preferindo seguir nosso próprio caminho, como o fez Judas. Já no grupo dos Doze havia os chamados e o que foi chamado, mas tornou-se traidor. Que chegou a esta situação por muito pouco, “trinta moedas de prata”. Também hoje há muitos chamados que se fazem traidores do evangelho por muito pouco, que abandonam a Igreja por muito pouco, que traem o Senhor por muito pouco, que abandonam a missão por muito pouco.

A Igreja continua no mundo a missão de compaixão e de salvação de Nosso Senhor, nesta missão estão implicados todos os que a ela pertencem. Esta missão consiste no empenho para a difusão do Reino e para conter o avanço do mal no mundo e nos corações humanos. O sucesso desta missão não depende tanto das nossas habilidades e qualidades, mas no poder de Jesus, que ao chamar os Doze, deu-lhes também o poder para realizar a missão: “Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder…” (Mt 10, 1).

O que concretamente passa por ir “às ovelhas perdidas”. Não podemos nos contentar que as igrejas estão cheias, porque há muitos irmãos que ainda estão perdidos, dentro e fora das nossas igrejas. Perdidos de Cristo, perdidos da vida, perdidos do amor, perdidos do evangelho, do perdão, da misericórdia, que não sabem que são amados por Deus. A urgência de anunciar a proximidade do Reino dos Céus, de curar os doentes, de ressuscitar os mortos, de purificar os leprosos, de expulsar os demônios permanece.

Não podemos, pois, cruzar os braços. Quantos vivos que estão mortos espiritualmente, porque se afastaram da graça de Deus? Quantos dominados pelo espírito do mal que se manifesta na violência no sarcasmo para com a fé, na destruição do matrimônio e da família, na violação da inocência das crianças e dos jovens, nas guerras. É contra este Reino que o Senhor nos convida a lutar, afim de que o Reino dos Céus possa crescer e se expandir no mundo e nos corações.

 

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Ex 19, 2-6a/ Sl 99 (100)/ Rm 5, 6 – 11
Evangelho: Mt 9, 36 -10, 8

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