Entre as solenidades da Páscoa e Pentecostes, celebramos a Ascensão do Senhor aos Céus. Naquele dia, Ele se despediu visivelmente dos discípulos e subiu para a glória do Pai, levando consigo a humanidade inteira, que assumiu como sua, ao fazer-se carne como um de nós: “Ele, nossa cabeça e princípio, subiu aos céus, não para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade” (Prefácio da Ascensão I). Esconde-se dos nossos olhos corporais, mas se tornará visível para sempre aos olhos da fé, pela graça do Espírito Santo que nos foi dada. Assim, não falamos de ausência, mas de nova forma de presença em que, pela sua humanidade glorificada, na continuidade de sua obra salvadora, é o único sacerdote e mediador entre Deus e a humanidade: “E tornou-se o mediador entre vós, Deus, nosso Pai, e a humanidade redimida, juiz do mundo e Senhor do universo” (Idem).
Antes de se ocultar aos olhos dos discípulos, Jesus enviou-os em missão para anunciar o Evangelho a todos os povos: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo’” (Mt 28,18-20).
O Evangelho é a mais bela narrativa possível, porque é Palavra de Vida Eterna para todos os que a acolhem em todos os tempos (cf. Hb 5,16).
Neste domingo, celebramos ainda o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Somos chamados a rezar por todos os que trabalham nos meios de comunicação e, de modo particular, por aqueles que, através das diversas equipes de Pastoral da Comunicação, especialmente neste tempo de pandemia, fazem ressoar por todos os lugares o anúncio da Palavra que salva. “A tecnologia veio ‘em socorro da nossa fraqueza’ (cf. Rm 8, 26) e ao correio eletrônico juntaram-se os iPhones, os smartphones, as redes sociais, as rádios locais, os jornais de paróquia, os sítios de internet de grupos e associações”. Através dos meios de comunicação, uma infinidade de pessoas recebe o anúncio libertador e consolador do Evangelho. Que ele encontre nos corações a terra boa que faz produzir a semente trinta, sessenta e cem por um (cf. Mc 4,20). Aos agentes da PASCOM, nosso agradecimento, proximidade e preces.
Diante da facilidade de acesso aos meios de comunicação, sejamos atentos para não ser portadores ou multiplicadores de más notícias, que faltem à verdade dos fatos e, antes que informar, desejam manipular as consciências em favor de ideologias políticas, sem considerar o bem comum.
Podemos adaptar para todos os que anunciam o Evangelho, pessoalmente ou pelas mídias, as palavras de São Paulo: O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, nos dê um espírito de sabedoria que nô-lo revele e faça verdadeiramente conhecer (cf. Ef 1,17), enquanto esperamos a sua vinda gloriosa no fim dos tempos, como juiz dos vivos e dos mortos.
Que o Espírito Santo nos prepare para celebrar no próximo domingo sua efusão sobre a Igreja e o mundo, conduza sempre nossos passos e nos anime sempre mais ao anúncio do Evangelho que salva. Que Nossa Senhora de Oliveira, a Rainha dos Apóstolos, nossa Mãe, cujo mês se aproxima do fim, nos envolva com a sua ternura e intercessão. Que São José nos ensine a escuta silenciosa e a busca do discernimento nestes tempos difíceis para a Igreja e para o Mundo.
+Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro
Bispo da Diocese de Oliveira-MG