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domingo, 12 maio, 2024 - 04:24 AM

XIII Domingo do tempo comum

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“É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1)

Muito se tem propagado uma grande mentira, a de que fazer-se cristão católico, fazer-se discípulo de Jesus seria sacrificar a própria liberdade. Que se alguém quer ser realmente livre precisa abandonar a Igreja, abandonar o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Estas premissas são uma perversa inversão da verdade e da realidade. Pois como afirma São Paulo “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1). Quando aderimos a Nosso Senhor Jesus Cristo pela fé Ele não sacrifica uma vírgula sequer da nossa liberdade. Antes, Ele é a nossa liberdade. Ao ponto que podemos afirmar, sem medo, que fora da fé em Jesus Cristo não há verdadeira liberdade.

Quando alguém se afasta da fé em Cristo, renegando a sua fé católica passa a ser escravo de tantos males mortíferos e mortais. Se tornam escravos das falsas doutrinas, que depois termina por culminar numa confusão mental, numa descognição intelectual e na indiferença. Se fazem escravos de pecados e vícios cada vez mais horríveis e perversos.

Basta um olhar um pouco mais atento para perceber como que, na subcultura consumista na qual nos encontramos, como que as coisas são pensadas para escravizar e arrastar as pessoas para o vício. Quantos pessoas viciadas em séries, em pornografia, em entorpecentes em bebidas, em comidas sofisticadas, em lixo auditivo (que denominam de música), em internet, em jogos, escravizados por falsas doutrinas; que não conseguem mais sair de tais situações, mesmo depois de inúmeras tentativas.

Estamos, pois, expostos a uma subcultura de escravos e que escraviza as pessoas. A fé cristã católica, pelo contrário é um caminho de liberdade, que nos forma não para satisfazer os desejos imediatos da carne, mas nos conduz à elevação do espírito, que nos chama a viver para a glória de Deus, não para a escravidão mundana.

O cristão maduro na fé não se permite submeter-se ao mundo, às modas enganosas, aos vícios, sua única submissão é a Cristo, ao seu evangelho, à caridade. Quem não se faz servo de Jesus Cristo pelo amor, torna-se escravo de si mesmo, da sua própria soberba.

Por isso, somente a fé cristã pode nos fazer homens livres diante de todas as tiranias mundanas. Daí que sem amor irrestrito a Nosso Senhor não é possível fazer-se seu discípulo. Quantos que até querem fazer-se cristãos; talvez até o sejam, porque foram batizados, foram iluminados pela graça de Cristo, mas se deixaram envolver pelas trevas do erro, ao invés de fazerem brilhar em suas vidas a luz da verdade.

Estamos vivendo um tempo de uma grave apostasia coletiva, marcado por uma crescente aversão a Cristo e à sua Igreja, ao seu evangelho, por um grande desprezo para com a vida humana, de uma cínica e insolente manifestação do mal, que se propaga aos quatro ventos. É tempo de nos firmarmos na fé, de conservar a liberdade que de Cristo recebemos. Não ponhamos condições para segui-Lo, como muitos o fazem. À exemplo de alguns personagens citados no evangelho: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai” (Lc 9, 59); “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares” (Lc 61).

Quantos que escondem a sua falta de fé, sua falta de decisão em seguir a Cristo atrás de desculpas esfarrapadas: “é porque eu trabalho demais”, “moro longe da paróquia”, “o domingo é o único dia livre que tenho”, “os fiéis da Igreja são pessoas com muitos defeitos”, “eu sou ainda muito jovem”, “já sou velho demais para me preocupar o evangelho”, “tenho que cuidar da chácara ou da fazenda no domingo”. Assim, cada um vai manifestando sua progressiva rejeição a Nosso Senhor Jesus Cristo, se esquecendo da sua advertência: “Pois quem se envergonhar de mim e de minhas palavras, o Filho do homem dele se envergonhará, quando vier em sua glória e na do Pai e dos santos anjos” (Lc 9, 26).

Por fim, o Senhor nos diz: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9, 62). Não olhemos para trás olhemos para Cristo, Ele é o garante da nossa liberdade. Olhar para trás é nega-Lo, é fazer-se escravo do mundo, da carne, é envolver-se nas trevas do erro. Enquanto que o Senhor nos chama a fazer brilhar no mundo a luz da verdade.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: IRs 19, 16b.19-21/Sl 15 (16)∕Gl 5, 1.13-18
Evangelho: Lc 9, 51-62

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