XXV Domingo do tempo comum

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“Há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens” (ITm 2, 5)

Há muito tem se propagado uma experiência corrompida de falso cristianismo, consequência da fragmentação protestante e do secularismo cultural, a ideia de que todas as religiões são boas e são fonte de salvação; a ideia de que há muitos deuses igualmente bons; de que não há uma religião que seja portadora da Revelação divina. Todas estas ideias são falsas e tem produzindo um grave estrago à fé e ao destino eterno das pessoas.

É verdade que a vontade salvífica de Deus é universal, ou seja, “Ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (ITm 2, 1-8). Mas como bem específica o texto sagrado, salvação e verdade andam juntas. Não é possível percorrer um caminho de salvação trilhando um caminho de mentiras, de meias verdades, de apostasia, de heresia, de cisma, de indiferentismo, de sincretismo, de pecado. Por isso, se enganam aqueles que entram na Igreja pelo batismo, mas não querem abandonar a vida mundana.

É uma grave aberração considerar que todas as religiões são iguais e boas. Isto seria desconsiderar a encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro homem, fora do qual não há salvação. Ele é a verdade, a vida e o caminho que nos conduz a Deus (Cf. Jo 14, 6). Ele é a luz que veio ao mundo para nos arrancar das trevas do erro e da incredulidade. Enquanto as religiões pagãs, antigas e modernas, são o movimento dos homens que procuram a Deus, a fé católica é a religião do Deus encarnado que veio ao encontro dos homens (cf. Jo 1, 14).

Não existem muitos deuses, “Pois há um só Deus” (ITm 2, 5), e este nos foi dado a conhecer em Nosso Senhor Jesus Cristo, que vive reina em comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Qualquer criatura, seja em seu estado natural ou escupido pelo homem, ideias, famosos, ideologias, dinheiro não passam de ídolos, feito por mãos humanas.

Assim como Deus é um, uno e único, há também “um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, que entregou em resgate por todos” (ITm 2, 5-6). Ou seja, fora de Cristo não temos acesso a Deus. De modo que se enganam e são enganados aqueles que pensam, em sã consciência, que podem se salvar na ioga, seguindo Maomé, Buda, Confúcio, esoterismos, espiritismos, heresias, apostasias ou ideologias mundanas, que seguem difundindo reais confusões no mundo, no que diz respeito à fé e a salvação do homem.

Disto decorre a urgência de anunciar e testemunhar o evangelho com a vida. Pois, se por um lado põem em risco sua salvação aqueles que conhecendo o verdadeiro Deus o rejeitam; também se complicam aqueles que, aderindo a Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Igreja pela fé, se omitem no anúncio e no testemunho do evangelho.

A fé em Nosso Senhor Jesus Cristo é o grande tesouro que recebemos da Igreja, Uma, Santa, Católica e apostólica, no dia do nosso batismo. Não podemos guardar este tesouro somente para nós. É preciso administra-lo em vista de fazer novos discípulos para Cristo nesta vida e para conquistar uma legião de irmãos (os santos) que possam nos receber “nas moradas eternas”, quando terminar a nossa peregrinação neste mundo.

Não contrariemos, pois, a vontade de Deus que quer a nossa salvação, que quer que cheguemos ao conhecimento da verdade que nos salva – Jesus Cristo Nosso Senhor, fora do qual não há salvação, fora do qual não podemos estar em comunhão com o Deus vivo e verdadeiro. Sendo Cristo Nosso Senhor e Salvador o único caminho de salvação, significa que tudo aquilo que se opõe a Ele e ao seu evangelho e que se apresenta como deuses são caminhos de condenação.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Am 8, 4-7/Sl 112 (113)/ITm 2, 1-8
Evangelho: Lc 16, 1-13