Quinta-feira da III Semana do Advento
Evangelho – Lucas 1,5-25

“A tua súplica foi atendida” (Lc 1, 13b).

Estamos no tempo litúrgico do advento, tempo de preparação e espera, tempo de recolhimento, silêncio e oração. Como nos fará bem fazer pausas para estar aos pés de Jesus. Dá a Deus a importância e o lugar que merece, além de permitir a nós mesmos refazer nossas forças, a fé, esperança e caridade. A Palavra de Deus segue sendo luz e salvação, muito tem ajudado a preparar a celebração do Natal do Senhor. Como nos faz bem olhar a história da humanidade, nossa própria história e perceber que ela é uma História de Salvação, nela Deus tem agido, mesmo nos desafios, sofrimentos, provações e dificuldades. O Evangelho revela-nos isso. O nascimento de João Batista num contexto marcado pela esterilidade de seus pais. Zacarias e Ana eram avançados em idade e já não podiam ter mais filhos. Eram piedosos, tementes a Deus, assíduos à oração. Zacarias estava no templo quando foi visitado pelo anjo Gabriel. Suas preces foram ouvidas. Sua fidelidade, perseverança e fé foram recompensados por Deus: o nascimento de João Batista.

O nascimento de uma pessoa é sempre a possibilidade de celebrar um novo começo, pois somente uma nova criação é capaz de trazer ao mundo o “novo”, mesmo que na forma de um recomeço. Cada ser humano possui em si a capacidade de criar, inventar e se superar a cada instante, sendo por isso, mutável e inconstante. Com seu nascimento não é só uma vida que vem ao mundo, mas uma nova história a ser construída.

João Batista é uma resposta às preces de seus pais e uma decisão firme de Deus que intervém para salvar a humanidade, vencendo as situações difíceis e aparentemente desfavorável como a realidade da esterilidade de Zacarias e Isabel. Para Deus nada é impossível. O amor de Deus rompe as barreiras mais impossíveis. Disto resulta uma oração feita de confiança que nutre a fé e gera esperança.

João Batista nasce com uma missão específica, será consagrado ao Senhor para servi-Lo preparando a chegada de Jesus. Cada pessoa com seu nascimento tem consigo uma missão a realizar: amar e servir, promover o bem, ser instrumento e protagonista da construção da civilização do amor (São João Paulo II). Não deixe de cumprir sua missão no cuidado da família, nos ambientes de trabalho, lazer, política, educação, igreja, seja onde estiver, prossiga sendo instrumento do amor de Deus.

Voltemos a atenção um pouco mais a pessoa de Zacarias, anteriormente, ele rezava para ter um filho; no momento em que a sua oração foi atendida, mudou e disse: “como hei de saber que é assim?” A sua boca duvidou da sua oração, e ele perdeu a fala. Enquanto Zacarias acreditava, falava; assim que deixou de acreditar, calou-se. Enquanto acreditava, falava: “Eu acreditei, por isso falei” (Sl 115,10). Santo Efrém comenta que: Porque Zacarias desprezou a palavra do Anjo, esta palavra atormentou-o, a fim de que ele honrasse, pelo seu silêncio, a palavra que tinha desprezado. Convinha que ficasse mudo a boca que disse: “como hei de saber que é assim?” Para que aprendesse a possibilidade do milagre. A língua que estava solta foi presa, para que aprendesse que Aquele que tinha prendido a língua podia desprender o útero de Isabel. Assim, pois, a experiência instruiu Zacarias que não tinha aceitado o ensinamento da fé. E ele aprendeu que Deus, que tinha fechado uma boca aberta, podia abrir um útero fechado.

Rezemos com confiança e esperança. Deus que tudo provê sabe a hora de conceder o milagre que buscamos.

Deus te abençoe sempre!

Vida que segue…

Pe. Pedro Nogueira da Silva Filho
Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Água Fria de Goiás