Sexta-feira da III Semana do Advento
Evangelho – Lucas 1,26-38

A guerra, o “sinal” do decreto da suspensão de valores

“O próprio Senhor vos dará um sinal” (Is 7,14)

Qual a razão de ser de uma guerra? Onde ela inicia e quando termina? Ninguém sabe! “Detenção de direitos humanos” e “suspensão de valores” são as mais seguras de todas as compreensões torácicas que se possa ter a respeito da guerra. Ninguém se torna dono de si mesmo. Não há segurança social, pois os homens vivem como animais irracionais. Não se pode permitir a guerra. Qual guerra? A luta contra os direitos do homem que se decreta como uma guerra fria, uma verdadeira saudação ao decreto! Um sinal visível aos homens.

Diante daquilo que se decreta nesta guerra fria, tem-se a resposta do destinatário, o qual se vê na obrigação de assumir o proposto. Oxalá conseguisse mesmo dar uma resposta positiva! O disposto exige o cumprimento do decreto, diz.

Depois de “dado e passado… sob o sinal e selo das armas”, se percebe que ao assumir um ofício o “dado” apenas representa um “conjunto de informações” reafirmando que nada é de graça e que as “armas”, muitas das vezes, não conseguem responder ao “sinal e selo” que por vez fora decretado.

Nesta guerra as “armas” apenas são em decretos. Feito, informo a todos que os dispositivos decretados pelos “sob o sinal e selo das armas” tem consumido boa parte dos recursos angariados. Temendo que tais decretos consumam também boa parte do sono e tranquilidade buscando fundos que ao meu ver não compete ao meu ofício, exponho o que o decreto, tão somente ele, exime minha obrigatoriedade em continuar com “armas” que não são meu usufruto.

Assim, nenhuma “arma” consegue ser eficiente na guerra sem repor as munições. Qual “munição”, eu me pergunto, estou recebendo que justifica “atirar” recursos ao que foi decretado?

Alguém será que consegue, na infeliz vivência em uma guerra decretada, discorrer, com por menores, o grande mal que a detenção de direitos humanos pode causar, não apenas a uma pessoa, senão a toda uma humanidade?

Numa guerra, ninguém está seguro, nem mesmo quem decreta. O que reina não são os bens que cada um juntou, antes o que se busca é a defesa da vida. Na guerra se tem que enxergar o dominador como se fosse um grande amigo o qual ansiamos sua partida e para o qual não devemos guardar saudade. Um dominador que causa nojo, náusea e espelha o medo. Espalha o pânico e faz brotar a incerteza. Qual é, todavia, o objetivo de uma guerra que decreta “sob o sinal” as “armas”? Aliás, no mal tem algum objetivo que não seja ele mesmo? Ao contrário da guerra decretada, tem-se o amor, o sinal de todo Cristão. Por isso pode dizer que o amor é nossa sombra e o vento, o exalar do amor vivido.

Pe. Joacir S. d’Abadia
Pároco da Paróquia São José e Adm. da Paróquia Santa Luzia
Formosa-GO