Terça-feira da 3ª Semana do Tempo Comum
Evangelho – Marcos 3,31-35
Há no mundo contemporâneo diversas vontades. O querer é o motor das ações humanas, de tal modo que “o não querer” é um modo de querer, pois mesmo quando alguém aparentemente não quer, esse alguém está querendo “não querer”. Mas diante das inúmeras possibilidades do querer humano, precisamos alinhar nossa vontade com a de Deus. “É seguindo a vontade de Deus no mundo que nos fará chegar a Deus na eternidade”.
No Evangelho de hoje Jesus está cercado de multidões. As multidões são sinal de instabilidade: quando Jesus faz milagres, muitos o seguem; quando está sofrendo, a multidão o abandona. Sua mãe e seus irmãos estão de fora da multidão. Esse movimento é sugestivo. Seus irmãos e sua mãe não são movidos a Jesus por causa de seus milagres ou qualquer outra realidade meramente humana, mas, ao contrário, seguem a mesma vontade de Jesus, que é a vontade do Pai. Por isso, precisamos ouvir o questionamento de Jesus: “Quem é minha mãe e meus irmãos?”. Esse são aqueles que seguem a vontade do Pai. Seguir nosso Senhor é renunciar a si mesmo, sacrificando de certa forma a própria vontade, para colocá-la em perfeita harmonia com a vontade de Deus.
Os grandes das nações as dominam; os grandes as tiranizam (Mc 10, 42). Nós somos não da vontade de uma figura humana, somos seguidores da vontade de Deus. É preciso ficar vigilante no seguimento, para depois de não seguir a vontade de Deus nesta vida, ouvir na outra: “Em verdade vos digo que vos não conheço” (Mt25,12). Pratiquemos, portanto, a vontade do Pai no espaço, para que depois, no infinito, ouçamos de Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25, 34). Não façamos a nossa própria vontade como “Judas jogou o dinheiro dentro do templo e, saindo, foi e enforcou-se” (Mt 27, 3).
Por isso, diante das atraentes vontades do mundo, escolhamos àquela que é causa de tudo, a vontade de Deus. Assim gastaremos todas as nossas energias fazendo o bem, difundindo o amor e fazendo resplandecer a luz de Deus que ilumina nossas almas. Desta maneira, as inúmeras possibilidades serão nada diante à vontade do Senhor em nossas vidas. É assim que saboreamos o eterno ainda vivendo no tempo.
Padre Kennedy dos Santos Ferreira
Pároco da Paróquia Santa Luzia
Formosa-GO
Leituras: 2Sam 6,12b-15.17-19 / Sl 23 (24)
Evangelho: Mc 3,31-35