Terça-feira da 5ª Semana da Quaresma
Evangelho – João 8,21-30
Deus concede aos seres humanos muitos dons. A vida, a inteligência, o amor, o tempo, o espaço. Mas os homens diversas vezes preferem reclamar do que não tem que agradecer por aquilo que possui. Mas esta é a razão das diversas vezes da tristeza que invade o ser humano contemporâneo. É preciso agradecer por aquilo que se tem e, mesmo no meio das dificuldades, acreditar e confiar em um Deus que nunca nos abandona, pois é Pai.
Na primeira leitura, o povo de Israel, uma vez mais, se esquece dos prodígios que Deus fizera em sua história. Quantas vezes também nós esquecemos de tudo o que Deus fez por nós. Cada um tem uma experiência de Deus. É preciso continuar acreditando, mesmo se falta a água, o pão, e o alimento é enjoativo, realidades das quais o povo de Israel reclamava. É dessa maneira que nos tornamos escravos de nós mesmos, sujeitos ao nosso eterno desejo de infinito. Assim, na tentativa de preencher o lugar de Deus em nós com as coisas do mundo, acabamos percebendo que nada pode ocupar o lugar de Deus em nossas vidas. Ele não nos abandona, por causa do pecado. O povo é picado pelas serpentes, mas pela misericórdia de Deus, o mesmo povo é curado pela serpente de bronze.
No Evangelho, também alguns reclamam d’Aquele que traz a salvação ao mundo. Jesus dá testemunho do Pai, os judeus não o reconhecem. Acreditar em Jesus é descer da nossa soberba e abaixarmos humildemente diante da majestade do Senhor. É reconhecer que o dinheiro não serve quando somos ameaçados por um vírus. É aprender que um câncer pode mudar nossa história. É aceitar que um dia todos nós morreremos. Por isso, precisamos nos encontrar com esse Jesus que nos apresenta o Pai. Mas não o Pai ideal, mas o real. Se na primeira leitura, o povo de Israel, ao olhar para serpente ficavam curados, mas depois morreram, no Evangelho aquele que olhar para Jesus elevado na Cruz além de ficar curado, participará da vida daqueles que não morrem mais, os ressuscitados.
Nossa Senhora interceda por nós para que escutemos essa Palavra e saibamos reconhecer que precisamos entregar o nosso espírito ao Pai, como Jesus entrega o Seu. Diante das nossas aflições, gritemos a Deus, clamemos ao Senhor para que nos socorra. De tal modo, que experimentando Deus em nós, saibamos comunicá-Lo ao mundo.
Padre Kennedy dos Santos Ferreira
Pároco da Paróquia Santa Luzia
Formosa-GO
Leituras: Nm 21,4-9 / Sl 101 (102)
Evangelho: Jo 8,21-30