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sexta-feira, 22 novembro, 2024 - 14:02 PM

II Domingo do Tempo Comum

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Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29)

Na liturgia de hoje São João Batista, “o maior entre os nascidos de mulher”, nos dá testemunho a respeito de quem é Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. O Cordeiro sem mancha, sem pecado, sem culpa, inocente. O justo que veio ao mundo para salvar os injustos. O Cordeiro sem mancha que veio salvar os feridos pelo pecado.

Jesus é o Cordeiro sem mancha porque é isento de qualquer espécie de mal. Antes veio a este mundo para vencer o mal, para vencer os terríveis inimigos que nos atormentam, enquanto peregrinos neste mundo: o demônio, o pecado e a morte. Unidos a Ele pelo batismo, pela fé, também podemos vencer estes males e as tribulações da vida presente, sendo alvejados no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7, 14).

Jesus é o Cordeiro sem pecado, sem defeito algum, vítima agradável a Deus, que se imolou em vista da nossa salvação. Santo foi imolado pelos pecadores. No entanto, carregou sobre si as consequências dos nossos pecados. O que nos recorda que também somos responsáveis pela sua paixão, por sua cruz, por sua morte.

Ele não tinha culpa alguma, mas como Servo sofredor, assumiu a dívida que pesava sobre nós, nossas transgressões (Is 53, 4-12). O fez inteiramente por obediência ao Pai e por amor aos homens. Obediência ao Pai, amor aos homens foi o que moveu Nosso Senhor a assumir a paixão e morte na Cruz, entregando-se livremente por nossa salvação.

Aprendamos Dele, se queremos ser agradáveis a Deus, coloquemo-nos em obediência ao Pai, aos seus mandamentos, à sua vontade. Procuremos nutrir um amor sincero pelos outros. Um amor que esteja acima de toda e qualquer divisão, seja ela política, econômica, social, cultural. Somente o amor de Cristo pode nos remir de todo pecado, pode nos conduzir à superação de toda espécie de divisão.

Jesus, Nosso Senhor é o Cordeiro inocente, cuja maldade dos homens não foi capaz e nem podia jamais corromper. Nem mesmo satanás, com suas insídias foi capaz de macular sua inocência, embora tenha tentado por diversas vezes (Lc 4, 1-13).

Jesus é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Somente Ele pode nos libertar deste mal, cujas consequências conhecemos bem: guerras, perversão moral, conflitos sociais, injustiças, violência, confronto entre os filhos de uma mesma nação, como temos visto no Brasil. Sozinhos não podemos vencer esses males, que resultam da semente de divisão presente no coração humano devido ao pecado original, bem como da instrumentalização de forças ocultas que visam promover o ódio fratricida, afim de obter vantagens espúrias.

Voltemos nosso olhar para Cristo, para aquele que pode nos ajudar a encontrar o caminho da paz, da comunhão, da reconciliação, da conversão. Penso que o problema do mundo e do Brasil, tão marcado por divisões, pela desorientação, pelo domínio de ideologias perversas, mais do que um problema político é um problema de conversão. Da tentação de procurar a salvação aonde não podemos encontrar; do fiar-se em promessas que nos ‘garantem’ uma felicidade meramente terrena; do apreço idolátrico a líderes políticos que se realmente tivessem amor pelo país, saberiam sair se cena para que este pudesse reencontrar o caminho da reconciliação nacional.

Voltemos nosso olhar, nosso coração, nossa vontade para Cristo, como nos convida São João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Nele, com Ele, por Ele podemos vencer o mal e o pecado, Ele é o Filho de Deus e nos quer todos como irmãos. Por mais densas que sejam as nuvens que pairam sobre a história presente, Ele é a Luz do mundo, capaz de iluminar nossas consciências, para encontrar o caminho do bem, da salvação, da paz, da verdade, da reconciliação, as salvação.

 

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Is 49, 3.5-6/Sl 39 (40)/ICor 1, 1-3
Evangelho: Jo 1, 29-34

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