Cristo é nossa alegria, é nossa felicidade
Nós conhecemos Nosso Senhor Jesus Cristo pela força do testemunho. Primeiro Nosso Senhor foi predito pelos profetas, como podemos encontrar em Isaías: “Eis que a jovem concebeu e dará à luz um filho e pôr-lhe-á o nome de Emanuel” (Is 7, 14). Até chegar a João Batista, aquele que preparou a vinda imediata do Senhor, chamando os homens à conversão. É Ele que nos diz: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29), razão última da nossa alegria.
Com esta expressão, que o hoje integra a oração eucarística, São João Batista nos diz quem é Cristo e qual a sua missão. Ele é o Cordeiro de Deus, imaculado, sem mancha, sem defeito algum, o justo que veio ao mundo para ser sacrificado em favor dos pecadores. Porque Ele veio para tirar o pecado do mundo, veio para nos salvar. Veio para tirar o pecado do mundo e para nos tirar do mundo do pecado e do seu domínio.
Na força do testemunho de São João Batista conhecemos Nosso Senhor e sua missão de salvar, de nos libertar do pecado. Daí que se trata de uma grande hipocrisia, ou mesmo apostasia, a postura de muitos que hoje querem defender a coexistência da fé em Cristo com o pecado. Postura que se manifesta naqueles que se dizem católicos, mas defendem o divórcio, a mentira, a fornicação, as uniões sodomitas ou qualquer outra espécie de Pecado. Se Nosso Senhor é o Cordeiro que tira o pecado do mundo, o seu reino não pode coexistir como reino do pecado.
Não é por acaso que João Batista preparou o caminho do Senhor justo chamando os homens ao arrependimento e à conversão. O mesmo São João Batista preparou o caminho imediato para a vinda do Senhor, se alegrou também ao ouvir falar das obras do Senhor. Isto para nos indicar que as obras de Cristo nos diz quem Ele é. Como nos narra o evangelho: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11, 4-5). Fatos que indicam que a salvação de Deus em Cristo está operante no mundo.
A presença encarnada de Nosso Senhor Jesus Cristo no mundo rompe com o poder do mal e do pecado, da falta de fé, da morte e da mentira, muda a tristeza em alegria perene. Portanto, querer fazer coexistir a pertença a Cristo com o domínio do pecado é negar a sua missão, seu poder, é criar um cristianismo falso. Moldado não pelo evangelho, mas pelos caprichos humanos. Próprio de que quem hoje se escandaliza com o Evangelho de salvação que nos é testemunhado pela Igreja e pelos santos.
Se nos escandalizamos com as exigências do evangelho não seremos felizes, pois nos diz o Senhor: “Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” (Mt 11, 6). Ou seja, feliz quem não rejeita o evangelho, quem não rejeita Cristo, quem se dispõe a corrigir a própria vida e a examinar a própria consciência afim de moldá-las segundo o evangelho. Felizes aqueles que O acolhem pela fé e O testemunham com a vida. Cristo é nossa alegria, é nossa felicidade.
Ainda hoje Nosso Senhor precisa ser testemunhado. Se nós o conhecemos foi graças ao testemunho dos profetas, de João Batista, da Palavra de Deus, do Pai, da Igreja e de tantos santos, que nos falam quem é Cristo. Este testemunho hoje, compete a todos aqueles que carregam o nome de Cristo — os cristãos.
Daí que a vida de um católico precisa ser um reflexo da vida de Cristo em quem encontramos a verdadeira alegria, aquela que não nos pode ser tirada nem nas circunstâncias mais difíceis da vida. A exemplo de São João Batista a quem nem o horror da prisão foi capaz de roubar-lhe a alegria e a confiança. Ele conheceu e serviu ao Senhor deste o ventre materno, quando pulou de alegria no ventre da sua mãe, ao receberem a visita da Virgem Maria, grávida do Menino Jesus. Esta alegria o acompanhou por toda a sua vida.
Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF
Leituras: Is 35, 1-6ª.10/Sl 145 (146)/Tg 5, 7-10
Evangelho: Mt 11, 2-11