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segunda-feira, 29 abril, 2024 - 15:56 PM

III Domingo do Tempo Comum

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“Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4, 19)

A liturgia de hoje ecoa a compreensão de Jesus como Luz do mundo, como centro de unidade e de comunhão entre os homens, Ele um pescador de homens por excelência: “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz” (Mt 4, 16). Luz que não está destinada apenas para um povo específico, mas para toda a humanidade. Tanto que este anúncio ressoa na “Galileia dos pagãos”, porque também estes são destinatários da Boa Nova.

Aonde esta Luz chega gera uma transformação, uma mudança. Por isso, o primeiro convite de Jesus comporta a conversão e a proximidade do Reino: “Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo” (Mt 4, 17). Conversão que é o resultado de uma presença, a presença da Luz, a presença de Jesus Cristo, Ele é o Reino. Sem conversão não temos condições de reconhecer a Deus como Pai, nem reconhecer como irmãos aqueles que não pertencem à nossa família, ao nosso povo, à nossa classe social, à nossa religião.

Lá onde Jesus é acolhido o Reino se faz, se realiza, as trevas se convertem em luz, o que era dividido encontra caminhos de unidade. De modo que a conversão passa por uma mudança de mentalidade, ou seja, uma mudança da mente e do coração. Que torna o homem capaz de olhar o mundo e ordenar a vida segundo o modo de Jesus Cristo. Por isso, a conversão se realiza na proximidade com Ele. É consequência da presença Dele em mim e da minha permanência Nele (Jo 15).

Após o anúncio da conversão, Jesus chama os primeiros discípulos para formarem com Ele uma família, que pudesse ser o modelo da comunhão de todos os homens entre si e com Deus. Portanto, Jesus anuncia a superação das divisões com sua própria vida, porque também Ele viveu com homens concretos, de carne e osso, sujeitos a defeitos e fraquezas. E quando os chamou para estarem com Ele, os chamou de dois a dois: “Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos” (Mt 4, 18). E os chamou para serem pescadores de homens: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4, 19).

Tornar-se pescador de homens é tornar-se aquilo que Jesus Cristo é, elo de comunhão e de aliança dos homens com Deus e dos homens entre si. Ser pescadores de homens é congregar um povo na unidade, tendo Deus no seu centro. Isto significa ser luz para o mundo, porque os homens que vivem em comunhão tornam-se luz no meio do mundo marcado por tantas divisões. A vida fraterna em comunhão é luz, a divisão entre os homens são trevas.

O que faz eco a exortação de São Paulo: “não admitais divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos e concordes no pensar e no falar” (ICor 1, 10). Ser luz, ser pescador de homens, é ser instrumento de comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si. É neste sentido que a LG 1, define a Igreja como “Lumen Getium” – Luz das nações.

Neste sentido todo cristão é chamado a ser luz, a ser pescador de homens. Mas para tal precisa converter-se, precisa da proximidade de Jesus, precisa renunciar a seus próprios interesses, às suas comodidades, à ambição, ao espírito de dominação e de rivalidade. Tais posturas acarretam as trevas da divisão na família humana, na Igreja, nas famílias, porque não permitem a pessoa abrir-se as necessidades dos outros. Quem assim age torna-se um propagador de trevas na sua vida e na dos outros.

Diante disto cabe a cada um se perguntar: Eu sou luz no mundo, na Igreja, na minha família? Ou tenho sido causador de trevas e de escuridão, procurando meus próprios interesses e satisfações pessoais, julgando minhas necessidades mais importantes do que a dos outros? Jesus nos fez seus discípulos para ser luz, para ser pescadores de homens, instrumentos de comunhão, de aliança. Não nos cansemos de trabalhar pela comunhão entre as pessoas, de nos empenhar para que o amor dê lugar ao ódio, que a incompreensão dê lugar ao diálogo, para que o interesse pessoal transforme-se em interesse pelo bem dos outros. Segue Jesus quem se fez construtor de comunhão.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Is 8,23b-9,3 / Sl 26 (27) / ICor 1,10-13.17
Evangelho: Mt 4, 12-23

Reginaldo Mendonça
Reginaldo Mendonçahttps://diocesedeformosa.com.br/
Criada em 16 de outubro de 1979, é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, sufragânea da Arquidiocese de Brasília. Pertence à província eclesiástica de Brasília e ao Regional Centro-Oeste da CNBB.

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