Cristo é a Luz que dissipa as trevas do mundo

Cristo é a Luz que dissipa as trevas do mundo, Ele atraí para si todos os homens de boa vontade, aqueles que confiam nas promessas do Senhor. Esta grande Luz não brilha somente para Israel, mas de Belém ela se irradia para o mundo inteiro, porque “os pagãos são admitidos à mesma herança” (Ef 3,6).

Cristo não é Luz somente para Israel, somente para os cristãos, para os católicos; Ele o é para o mundo inteiro. A sua salvação é para todos, inclusive para os pagãos. Embora nem todos estejam dispostos a acolhe-Lo. Mas todos aqueles que tiverem a coragem, a decisão, a sinceridade de irem ao seu encontro, Dele recebem graça e salvação.

Enquanto em Israel e entre os poderosos, como Herodes, houve grande rejeição a Nosso Senhor Jesus Cristo, “alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer?’” (Mt 2,1-2). Ora, se Jesus era rei dos judeus, estes eram seus súditos, como tal deveriam servi-Lo. No entanto, o rejeitaram. Mas aqueles que não eram seus, à princípio, se alegraram com seu nascimento, vieram para adorá-Lo, lhe deram ricos presentes: ouro, incenso e mirra.

Estes magos do Oriente representam os pagãos, todos aqueles que mesmo não pertencendo ao povo de Israel são também chamados à salvação em Cristo. Eles são a prova autêntica que Nosso Senhor Jesus Cristo se deixa encontrar por todos aqueles que o buscam com sinceridade, independentemente, da sua cultura, religião, sua classe social, sua orientação política ou qual povo pertence.

Com os magos do Oriente aprendemos que Cristo, Luz mundo, veio a este mundo para nos salvar e que aqueles que o procuram podem encontrá-Lo. Mas para tal é preciso ter a coragem de deixar sua terra, sua família, sua cultura, seu povo, suas querelas políticas ou religiosas para irem ao encontro do Senhor, no qual encontraram a verdadeira alegria: “Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande” (Mt 2,10).

Esta estrela que guiou os magos na escuridão da noite até o Menino Jesus em Belém é símbolo da fé em Jesus Cristo que guia os homens de boa vontade na escuridão do nosso tempo até à casa onde Ele habita – a sua Igreja. Não nos deixemos envolver pela escuridão das trevas que se manifestam na forma da violência, do sectarismo político, da idolatria do poder, do dinheiro e do sexo; da apostasia, da indiferença, dos vícios. Mesmo na escuridão da noite, na qual se encontra a cultura atual, o caminho da fé é possível, podemos ir ao encontro de Jesus Cristo, Ele nos espera em sua Igreja, família do povo de Deus, casa dos cristãos.

Não deixemos nos intimidar pelos poderosos que querem controlar o mundo através de uma política sem escrúpulos, que mais divide do que promove o bem comum. Não nos deixemos controlar pelos poderosos da mídia, com seus ídolos que procuram condicionar as pessoas a imitarem ipsis litteris o seu comportamento mundano e anticristão. Promovendo a qualquer custo uma subcultura homossexual, exibicionista, consumista, de desconstrução da família e banal.

Assim, como os magos não se deixaram intimidar pela escuridão da noite, nem pela falta de piedade de Herodes, que falsamente manifestou o desejo de encontrar o Menino Jesus para adorá-Lo; não deixemos nos enganar pelos Herodes do nosso tempo que às vezes até falam de Jesus, do Natal, mas no fundo não querem adorá-Lo, nem servi-Lo. Antes querem silenciar a sua voz, o seu evangelho. Pois ao mesmo tempo que falam do natal, ou dum vazio ‘espírito natalino’, procuram sufocar Cristo e seu Evangelho nos corações e nas consciências, promovendo contra valores, próprios de quem vive nas trevas. Mas incompatíveis com a vida que Jesus nos propõe, fundada na adoração a Deus, na sua centralidade como fonte de alegria, felicidade e salvação. Cristo é a Luz do mundo, a Ele somente devemos adorar e servir.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Is 60,1-6 / Sl 71 (72) / Ef 3,2-3a.5-6
Evangelho: Mateus 2,1-12