“As mãos erguidas para Deus vencem mais batalhas do que aquelas que bradam espada” (Bossuet)
Três elementos ocupam o centro da liturgia de hoje: a Oração perseverante, a Palavra de Deus e a Fé. Três valores que não se separam. Porque não há oração sem fé, fé sem oração, nem oração e fé sem o alimento diário da Palavra de Deus. De modo que fé, oração e palavra constituem um tripé sem o qual não pode haver uma autêntica vida cristã.
Com a oração perseverante mantemos um continuo coloquio com Deus, no qual O louvamos, agradecemos, Lhe damos graças, pedimos, adoramos e intercedemos. Temos o testemunho da oração de Moisés, que intercede pelo seu povo que está em meio a uma guerra. “enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia Amalec” (Ex 17, 11).
Aqui temos o testemunho que com oração perseverante se pode vencer as guerras, sejam elas interiores ou exteriores. Com a oração se pode vencer os medos, se pode superar fracassos, é possível atravessar as dificuldades e crises, é possível vencer as tentações e a falta de fé. Sejamos, pois, homens e mulheres orantes. Intercedendo pelas famílias, pela Igreja e pelo mundo. Orando podemos vencer todas as guerras. Não esqueçamos que o ponto alto da nossa oração é a Eucaristia. Nela apresentamos tudo a Deus e Dele tudo recebemos. Como nos lembra Bossuet: as mãos que vencem as batalhas não são aquelas que empunham armas, mas as que se erguem com humildade para o céu. Pois a arma dos homens e mulheres de fé é a oração.
Par a par com a oração está a Palavra de Deus, que constitui o conteúdo privilegiado da nossa oração. Se não sabemos rezar com nossas palavras valemo-nos da Palavra. Meditando seu texto, bebendo o seu conteúdo, podemos rezar como convém. Ademais, a palavra de Deus forma Cristo em nós, “elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz a salvação pela fé em Cristo Jesus” (IITm 3, 15).
Quem se alimenta da Palavra de Deus sustenta a oração e nutre a sua fé. Sem oração e sem contato com a Palavra de Deus a fé se esvai, está condenada a morrer. Por isso que o Senhor insiste na necessidade de rezar sempre sem nunca desistir (Lc 18, 1). Como a viúva da parábola que se deixou intimidar pelo juiz prepotente, e com sua insistência teve seu pedido atendido.
Quem reza, quem se alimenta da Palavra de Deus, mantém viva a sua fé e verá Deus cumprir sua justiça em suas vidas. Porque Ele faz cumprir sua justiça na vida dos seus escolhidos que dia e noite gritam por ele (Lc 18, 7). A justiça de Deus é Cristo que vem em socorro da nossa fraqueza, nós libertando do pecado e do poder da morte. Jesus Cristo é nossa justiça, é a justiça de Deus cumprida na vida dos seus.