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quinta-feira, 9 maio, 2024 - 03:57 AM

XXVII Domingo do tempo comum

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“A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular” (Mt 21, 42)

A Igreja de Deus é sua vinha eleita plantada neste mundo para produzir frutos de fé, de esperança e de caridade. Ela é o novo Israel, na qual os bispos sucessores dos apóstolos foram feitos seus agricultores, para Dela cuidar, apascentar e oferecer a Deus os seus frutos no tempo devido. Esta missão dos pastores exige que seja coadjuvada pelos fiéis, o que resulta que todos os batizados devem zelar por esta vinha, cada um segundo a sua vocação.

Não cabe porém, nem aos pastores nem aos fiéis recriarem a vinha, ou seja, refundar a Igreja, a nós cabe acolher o Filho, o Enviado de Deus, que continuamente vem sobre a sua vinha, nela habita, nela permanece sacramentalmente na Eucaristia, na Palavra e em cada um dos fiéis. Não nos aconteça de matar novamente o Filho, o Herdeiro, o Enviado de Deus, Ele é a Pedra angular, sem a qual a Igreja não permanece de pé. Cristo é o critério do ser, do agir e do ensino da Igreja.

De modo que tomamos parte na vinha do Senhor, a Igreja, à medida em que acolhemos a Cristo pela fé e o recebemos nos sacramentos. Rejeitar Cristo nesta vida, O Enviado do Pai, pode ser que não nos traga consequências aparentes. Contudo, resultará em consequências eternas terríveis no dia do juízo vindouro. Assim nos adverte o evangelho: “Quando o dono da vinha vier, o que fará com esses agricultores? Responderam-lhe: ‘Mandará matar de modo violento esses malvados, e arrendará a vinha a outros agricultores que entregarão os frutos no tempo certo’” (Mt 21, 40-41).

Que não aconteça hoje com os agricultores, pastores e fiéis da Igreja, o mesmo que aconteceu com Israel, rejeitar a Pedra Angular, rejeitar Cristo. Pois quem rejeita Cristo nesta vida será rejeitado por Ele na outra. Quem ‘mata’ Cristo nesta vida, estará definitivamente na morte na outra, porque Ele é a vida.

Cristo é a Rocha da Igreja, a Pedra angular, que sustenta este mundo, que sustenta nossa vida, que torna fecunda a vinha do Senhor – a Igreja. Sem estar apoiado nesta rocha não há nada que dure para sempre. Mesmo os poderes cínicos que hoje querem sufocar o evangelho a qualquer custo, ao aprovar leis iníquas como o aborto, a eutanásia, a ideologia de gênero, as uniões sodomitas. Estes nunca deixarão de ser pecados que bradam ao céu, mesmo que leis ou pseudoteologias iníquas digam o contrário.

Jesus é a Pedra Angular, Ele é o critério dos que creem. Diante desta Pedra Angular, desprezada por muitos, deturpada e instrumentalizada por tantos outros não ficará de pé nem mesmo as pseudoteologias que contemporizam com as ideologias vigentes, procurando diluir o valor do evangelho. Pseudoteologias que se arrogam em defender e tutelar o indefensável, pecados aberrantes que escandalizam os simples e puros de coração. Pseudoteologias que destroem o senso do pecado, que já não distinguem entre bem e mal. Pseudoteologias que deturpam o valor do sacerdócio como católico, querendo reduzi-lo uma mera função. Pseudotelogiasue já não propõem ao homem a graça do chamado à conversão. Antes se propõem a moldar o evangelho segundo o pecado e as conveniências do homem pecador.

Diante deste cenário é preciso reafirmar, com vigor e intrepidez a decisão de São Pedro: “Pedro e os apóstolos, porém, responderam: ‘É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens” (At 5, 29). Certo que, como Cristãos, devemos obediência a toda a autoridade civil e eclesiástica legitimamente constituída. Contudo, lá onde estas mesmas autoridades se colocam contra os mandamentos divinos, cessam o dever da obediência. Pois lá onde cessa a verdade, cessa simultaneamente o dever da obediência. No erro não há lugar para a obediência.

Não rejeitemos a Cristo, não rejeitemos o seu evangelho, não rejeitemos jamais a fé da Igreja, não rejeitemos os mandamentos divinos. O Senhor é a Pedra que os pedreiros rejeitaram, mas que se tornou e será para sempre a Pedra Angular. Sem esta pedra o edifício da nossa fé se desmorona.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Is 5, 1-7/ Sl 79 (80)/ Fl 4, 6-9
Evangelho: Mt 21, 33 – 43

 

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