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domingo, 24 novembro, 2024 - 06:45 AM

XXVIII Domingo do Tempo Comum

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“Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz…” (Lc 17, 15)

O Evangelho de hoje é uma provocação que nos ajuda a purificar a razão pela qual procuramos Jesus Cristo. Passando entre a Samaria e a Galileia dez leprosos vieram ao seu encontro suplicando: “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” (Lc 17, 13). Os dez tinham necessidade da cura. Ao suplicarem o Senhor foram atendidos, mas apenas um voltou para agradecer: “Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz” (Lc 17, 15).

A fé deste único leproso que voltou para agradecer era uma fé autêntica, capaz de ir ao encontro de Jesus Cristo mesmo quando sua necessidade de cura já havia sido satisfeita. Pois sua fé não era movida unicamente pela necessidade, mas também pela gratidão, pela glória de Deus, pelo agradecimento. Como o sírio Naamã, que voltou para agradecer Eliseu pela sua cura.

A fé deste samaritano não era uma fé parcial, interesseira, como a fé de muitos cristãos de hoje ou de muitos crentes do seu tempo. Uma fé que apenas procura receber de Deus os seus milagres é uma fé parcial. A fé verdadeira procura receber de Deus os seus milagres, sua graça, mas também procura a Deus para glorifica-Lo, para agradecê-Lo, para adorá-Lo.

Assim, ter fé é dar e receber. Dar a Deus a devida glória, o devido louvor, a devida adoração, a devida gratidão. Receber Dele a sua graça, seus milagres, seu amor, seu perdão. O homem de fé vai ao encontro de Deus não somente quando precisa de alguma coisa, de uma cura, de um milagre. Ou como muitos católicos descrentes que só vão à Igreja quando precisam batizar os filhos, numa missa de sétimo dia, quando vão se casar ou quando morrem. Estes são como os nove leprosos ingratos, que só procuraram Jesus Cristo quando precisavam da cura, depois não se lembraram de voltar para agradecer, para adorar, para louvar.

O leproso samaritano nos ensina que a Deus se deve buscar não somente por necessidade, mas por gratidão, porque o ama, e quer servi-Lo. Como o leproso samaritano que: “voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu” (Lc 17, 16).

Quem procura Jesus Cristo só na expectativa de satisfazer suas necessidades, quando estas forem supridas O abandonará. Porque não são capazes de compreender que precisam mais de Jesus Cristo do que dos seus milagres. O mundo está cheio de pessoas que querem as coisas de Deus, mas não querem saber de Deus, que falam de Deus, mas não falam com Ele.

Somente louva, agradece, adora e serve a Jesus Cristo com sua vida quem chega a reconhecer que precisa mais Dele do que dos seus milagres. Todos os dias Ele realiza muitos milagres na vida de todos os homens. Mas quantos se lembram de agradecê-Lo? Seja com a oração diária, seja com a Eucaristia dominical, seja dando testemunho do Seu nome.

Se todos aqueles que recebem diariamente os benefícios divinos tivessem a dignidade de louvá-Lo, de adorá-Lo e agradecê-Lo, nossas igrejas não caberiam de tanta gente, os homens viveriam em constante oração. Mas o Evangelho não nos deixa enganar, a cada dez, nove buscam a Deus apenas para satisfazer seus interesses. E a cada dez apenas um procura a Jesus Cristo para louvá-lo, adorá-Lo e agradecê-Lo, para servi-Lo. E você porque procuras a Jesus? Por interesse ou por gratidão? Ou pior ainda, que não o procura de forma alguma?

Porém, não podemos esquecer: a fé que salva é a fé agradecida, não a fé interesseira. A fé interesseira no máximo pode alcançar alguns milagres, mas não é suficiente para abrir o caminho da salvação. A fé agradecida leva ao amor de Jesus Cristo, a participar da sua vida, fugindo da tentação humana de procurar Nele apenas a satisfação de necessidades passageiras.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF

Reginaldo Mendonça
Reginaldo Mendonçahttps://diocesedeformosa.com.br/
Criada em 16 de outubro de 1979, é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, sufragânea da Arquidiocese de Brasília. Pertence à província eclesiástica de Brasília e ao Regional Centro-Oeste da CNBB.

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