24.7 C
Formosa
quinta-feira, 9 maio, 2024 - 11:48 AM

XXX Domingo do tempo comum

-

Somente o amor de Deus e o amor a Deus pode mudar o mundo

Hoje a Palavra de Deus nos coloca diante da essência da natureza de Deus, porque Deus é amor (cf. IJo 4, 8). A pergunta dirigida a Jesus, Nosso Senhor, pelos fariseus, cria a situação para se esclarecer que os mandamentos divinos não são uma lei seca e impessoal, antes são caminhos de vida e de salvação.

Quando Nosso Senhor aponta quais são os dois maiores mandamentos, sendo o primeiro: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!” (Mt 22, 37); e o segundo: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 39), Ele está nos dizendo que, quem se coloca no caminho de Deus, não se põe no relacionamento com uma lei, mas com uma pessoa, o Verbo encarnado, o Filho de Deus, feito homem para a salvação do mundo.

Amar a Deus sobre todas as coisas passa por reconhecer sua soberania, sua grandeza, sua bondade, sua misericórdia e sua superioridade infinita sobre todas as criaturas. Quem ama a Deus sobre todas as coisas O tem como o critério absoluto da sua vida, das suas escolhas, das suas palavras, do seu pensar do seu agir.

Este mandamento precisa ser recolocado no mais íntimo do coração do homem. Podemos dizer que o mundo vive uma profunda crise de amor, de caridade, justo porque tem se afastado cada vez mais do amor de Deus, orientando seus afetos de forma desordenada para as criaturas: o dinheiro, os bens, os status, a fama, os seguidores, as pessoas.

Quando se enfraquece no coração do homem a disposição para amar a Deus sobre todas as coisas, consequentemente se debilita sua capacidade de amar as criaturas, de amar ao próximo, mesmo aqueles que estão unidos a nós pelos laços de sangue, de fé, de humanidade, de modo justo e fecundo. Qualquer experiência humana de amor, se se separa do amor de Deus muito cedo de degenera em amor-próprio, egoísmo, narcisismo, em ódio (‘amor’ contrariado).

No mundo, nas famílias, na convivência humana, na comunidade, na Igreja, falta amor porque há muito do homem é pouco de Deus. Queremos assumir o controle de tudo, até mesmo na Igreja, deixando pouco espaço para o agir de Deus, de modo que a adesão ao amor de Deus e à sua vontade vão sendo sistematicamente substituídos pelo cálculo, pelo interesse, pelos planos humanos, pelas agendas ideológicas que sufocam o amor de Deus.

O amor a Deus é absoluto na vida do homem e é inseparável do amor ao próximo. Um amor que se estende até os mais fragilizados deste mundo: o estrangeiro, a viúva, o órfão. Categorias de pessoas que representam os mais desvalidos deste mundo aos quais podemos acrescentar tantos outros: os enfermos, a criança ainda no ventre materno, os idosos, os imigrantes e migrantes, os desempregados, os solitários, os cristãos perseguidos.

Somente o amor de Deus e o amor a Deus pode mudar o mundo, pode transformar a vida do homem para melhor. Guerras, armas, violência, discursos demagógicos não mudam o mundo. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas e, a partir deste amor, aprender a amar as pessoas, a família, os irmãos e todos aqueles que encontrarmos pelo caminho da vida. Amando o próximo testemunhamos que amamos a Deus, pois: “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso: pois quem não ama seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar. E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão” (IJo 4, 20-21).

Por fim, o amor ao Deus invisível se faz visível no amor aos irmãos. Não tenhamos, pois, medo de recolocar o amor a Deus acima de todas as coisas, de colocá-lo no centro do nosso coração, da nossa vida, das nossas escolhas. Esta deve ser a lei suprema da nossa vida.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Ex 22, 20 – 26/ Sl 17 (18)/ Its 1,6-10
Evangelho: Mt 22, 34 – 40

Compartilhe

Últimas publicações

03 ano de Ordenação Presbiteral do Pe. Kleison (01/05)

“Você é sacerdote para sempre, segundo a ordem do sacerdócio de Melquisedec”. (Hb 5,6) No dia 01 de maio de 2021, o Padre Kleison Dias...

50 anos de vida do Pe. Adenailton Machado (02/05)

“Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus é o maior tesouro que Deus pode conceder a uma paróquia e um dos...

58 anos de vida do Diácono Santo Vitor (04/05)

“Pois aqueles que exercem bem o diaconato conquistam lugar de honra, e também muita coragem na fé em Cristo Jesus”. (1Tm 3,13) Diácono Santo Vitor...

34 anos de vida do Pe. José Danilo (06/05)

“Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus é o maior tesouro que Deus pode conceder a uma paróquia e um dos...

Últimos comentários

X