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quinta-feira, 9 maio, 2024 - 04:23 AM

XXXII Domingo do tempo comum

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E assim estaremos sempre com o Senhor” (ITs 4, 17)

O tempo presente é o tempo da graça, da misericórdia, da conversão. Mas este tempo não é eterno caminha para o seu fim, de modo que, um dia teremos todos que comparecer diante de Cristo, a quem compete julgar a vida de todos os homens.

Diante desta expectativa podemos nos portar de duas maneiras com imprevidência e com previdência. Percebamos que entre as dez virgens todas tinham nas mãos as suas lâmpadas, símbolo da fé, mas nem todos portavam a vasilha com óleo para alimentar a chama das mesmas. Talvez por preguiça, por negligência, por ocupar-se com outras preocupações. À semelhança de muitos católicos que embora tenham fé, ela está em segundo plano, pois estão preocupados com tantas outras coisas.

Algo semelhante ocorre entre os que professam a fé em Jesus Cristo, aos católicos, são numerosos os que professam teoricamente a fé. Mas quantos tem a preocupação de manter a chama da fé acessa, alimentada!? Quantos que tem a fé católica, receberam os sacramentos, carregam o nome de católicos, mas não realizam as obras da fé que professam!?. As suas lâmpadas estão vazias, ou seja, sua fé caminha para a extinção. Pois quando não vivemos a fé, inevitavelmente ela se apaga, como a lâmpada que não tem óleo.

Deixar de alimentar a própria fé, com o óleo da caridade, da esperança, dos sacramentos, da oração, da Palavra de Deus, da convivência com os irmãos é viver na imprevidência. Que consiste em viver sem vigilância, sem o santo temor de Deus, pensando que temos muito tempo neste mundo, achando que demora a hora de nos apresentar diante de Nosso Senhor para a experiência do juízo. Não nos enganemos, a fé da Igreja que professamos nos ensina: “Creio…donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”.

Ser imprevidente é, ainda, seguir a vida protelando a conversão, vivendo com se Deus não existisse, pensando que, quando chegar a última hora, no ocaso da vida, teremos força e tempo suficiente para nos converter. Ora, quem não quer converter-se agora não o quererá amanhã. Quem rejeita Cristo agora terá grande probabilidade de rejeitá-Lo também no último momento da vida. Quem não quer decidir-se por Cristo agora, muito dificilmente de se decidirá por Ele no ocaso da sua vida.

Por outro lado, ser previdente, do ponto de vista da fé, é viver cada dia como se fosse o último; é viver o hoje como se fôssemos encontrar com Cristo face a face agora. O cristão previdente não teme ouvir o anúncio: “O noivo está chegando” (Mt 25, 6). Antes, será tomado de grande alegria. Porque o Noive é Cristo, quem o ama se alegra com sua presença e se alegrará muito mais com sua vinda gloriosa.

Quem procura viver em Cristo, atento a sua vontade, em comunhão com ele na sua Igreja, nos seus sacramentos, sobretudo, a Eucaristia, não teme encontrar-se com o Senhor glorioso. Porque se trata do encontro com um amigo, não com um desconhecido. Somente o desconhecido é que nos causa medo. Talvez esta seja a razão de muitos crentes que temem a Cristo, porque O amam pouco, não procuram conhecê-Lo. Ao contrário, quem passa esta vida procurando servir ao Crucificado, imitando as suas virtudes, não teme encontrá-Lo glorificado. Não teme nem mesmo a morte, porque sabe que também lá o Senhor o sustentará.

O Senhor que nos sustenta nas lutas desta vida com a sua graça, também nos sustentará na morte com a sua presença consoladora. Neste sentido são iluminadoras as palavras de São Paulo: “Se Jesus morreu e ressuscitou – e esta é nossa fé – de modo semelhante Deus trará de volta, com Cristo, os que através dele entrarem no sono da morte” (Its, 4, 14). Ou seja, quem vive e morre com Cristo e para Cristo, não morre, entra no sono da morte, para com Ele ressuscitar para a vida eterna no último dia. É como a semente lançada na terra, que depois brota verdejante.

Por fim, quem permanece em Cristo nesta vida, no seu serviço, na sua vontade, na sua imitação; nele haverá de permanecer para sempre. “E assim estaremos sempre com o Senhor” (ITs 4, 17). Nele gozarão das bodas eternas, da alegria que não tem fim, da recompensa dos santos, dos que mantiveram a lâmpada da fé acessa até o momento de apresentar-se diante do Senhor face a face.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Sb 6, 12-16/Sl 62 (63)/ Its 4, 13 -18
Evangelho: Mt 25, 1-13

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