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quinta-feira, 9 maio, 2024 - 13:22 PM

III DOMINGO DA QUARESMA

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Jesus é a “Água viva que jorra para a vida eterna” (Jo 4, 14)

Percorrendo nosso itinerário quaresmal passamos pelas tentações de Jesus no deserto, por sua transfiguração, na qual Ele nos foi apresentado como a luz que dissipa todas as trevas, como a vida que vence a morte. Por fim hoje, Jesus Nosso Senhor, se apresenta como a Água viva que sacia nossa sede de Deus e de salvação.

Se nos vem a faltar água padecemos a sede física que atormentou o povo de Israel durante o seu êxodo pelo deserto e que atormenta tantos irmãos mundo afora, sobretudo aqueles que habitam nas regiões mais áridas do mundo. Noutros casos, para conseguir a água que mata a sede é preciso muito trabalho e fadiga, como no caso da samaritana. Tanto que, ao ouvir a promessa de Jesus que lhe daria uma água viva, ela completa: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede e nem tenha de vir aqui para tirá-la” (Jo 4, 15).

Jesus estava falando de si mesmo, da sua graça, enquanto a samaritana ainda estava na compreensão da sua sede física. No entanto, Jesus queria saciar-lhe a sede de Deus, da graça, da vida que não passa, da salvação. Nós não somos diferentes da samaritana, talvez nos afadigamos quando sentimos sede, fome, cansaço ou tantas outras necessidades. Até mesmo murmuramos, como o povo de Deus no deserto. Enquanto somos muito despreocupados em saciar nossa sede de Deus.

Esta inflação das necessidades imediatas acaba por sufocar a natural inclinação e necessidade que temos de Deus. O que tem conduzido a muitos a uma secura espiritual, a indiferença ou mesmo a levar uma vida como se Deus não existisse. Mas não nos enganemos todos temos necessidade de Deus, pois Dele viemos, para Ele devemos voltar.

Ousemos beber, nos saciar desta fonte espiritual que é Cristo, a Água viva que dá um sentido novo a nossa vida, à nossa história, como encontramos no testemunho da samaritana. Seu encontro com Jesus foi decisivo para dar um novo vigor a sua vida, marcada por tantos desencontros, pois já tivera “cinco maridos” e já estava num sexto relacionamento (Jo 4, 18). Mas certamente sua vida não foi a mesma depois que foi desposada por Cristo.

Depois do encontro com Jesus a samaritana tornou-se também uma testemunha da boa nova, e através da sua experiência de fé muitos outros samaritanos creram em Jesus. Assim nos diz a Palavra de Deus: “Muitos samaritanos daquela cidade abraçaram a fé em Jesus, por causa da palavra da mulher que testemunhava...” (v. 39).

Também nós se fomos saciados com a graça de Cristo, “Água viva que jorra para a vida eterna” (Jo 4, 14), temos que deixar esta Água transbordar em nós e para além de nós na forma do testemunho, para muitos outros irmãos que estão sedentos de Deus possam encontra-Lo.

Por fim, na hora da sua paixão o Senhor disse do alto da cruz: “Tenho sede!” (Jo 19, 28). Certamente, a sede física que o atormentava no meio de tantos sofrimentos, mas também a sede de salvar aqueles que deviam ter sede de Deus, de salvação, de amor. Aquele que sacia nossa sede, tem sede de nós, espera por nós.

 

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Ex 17, 3-7/Sl 94 (95)/Rm 5, 1-2.5-8
Evangelho: Jo 4, 5-42

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