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sexta-feira, 26 abril, 2024 - 04:30 AM

XIV Domingo do Tempo Comum

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Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados…” (Mt 11,28)

Deus ao criar o ser humano o constituiu como um ser livre, Ele nos criou à sua imagem e semelhança (Gn 1,26-27). Nos criou capazes de busca-Lo. Somente Deus pode vir à procura do homem e somente o homem pode ir à procura de Deus. A nenhuma outra criatura foi dada esta possibilidade, porque Deus é o descanso do homem.

O homem não somente pode ir ao encontro de Deus, mas Deus o constituiu morada do seu Espírito Santo. O homem é, pois, morada do Senhor. O que revela que a vocação primordial do homem é viver para Deus: “Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós” (Rm 8,9). Quem vive para si mesmo, vive para servir um tolo.

Quando traímos esta nossa condição de morada do Espírito, preferindo carregar outros fardos, abandonando os fardos do Senhor, não tarda o cansaço. Porque uma vida sem Deus se traduz muito cedo num cansaço existencial. Pois uma vida sem Deus é uma vida sem esperança (cf. Ef 2,12). Se perdemos a esperança do céu não conseguimos sustentar as esperanças passageiras desta terra.

Aqui reside umas das principais razões da tristeza do homem contemporâneo, que se vê cansado, fatigado, com tanta coisa, com os fardos que ele mesmo criou. Pensar quanto peso tem na vida das pessoas: o fardo da economia, da felicidade a qualquer custo, do sucesso, da fama, do entretenimento, dos bens. Realidades que ocupam o centro da vida. Quando o centro da vida do homem é Deus.

Se começarmos a perseguir uma inversão, procurando resgatar determinados valores que sustentam a vida, e que se encontram esquecidos: a vida familiar, a fraternidade, a partilha, o amor, a fé, o bem comum. Certamente, nossos fardos ficarão mais leves. Quando se vive em comunhão com Deus e com o próximo, nossos fardos são suavizados.

Quando nos voltamos para Deus, os fardos que carregamos neste mundo ganham um novo sentido. Porque tomamos consciência que não temos morada definitiva aqui, mas caminhamos para Deus. De modo que, os fardos que carregamos, por mais pesados que sejam não duram para sempre.

Por isso o Senhor nos convida: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso” (Mt 11,28). Somente em Deus podemos encontrar o descanso definitivo.

Sem Deus não podemos carregar por muito tempo nem mesmo o fardo da nossa própria vida, quanto menos seremos capazes de ajudar a sustentar a vida dos outros. É o Espírito do Senhor quem sustenta a vida de Deus em nós, e nos dá condições para sustentar a vida dos outros na hora da dificuldade. Mais do que uma economia forte, o mundo precisa de Deus, precisa de comunhão, de fraternidade, de partilha, de amor. De homens e mulheres que, carregando seus próprios fardos, não são indiferentes diante do fardo dos outros, porque assumiram na fé o leve e suave fardo do amor de Deus, que nunca está indiferente diante dos nossos fardos.

O fardo dos homens são suas preocupações mundanas, anseios, enfermidade, medos, perdas, fracassos, violência, morte, dor, divisão… fardos que nos cansam. O fardo do Senhor é o seu amor pelos seus. Amor que salva e dá um novo sentido à nossa vida. Assim, o Senhor convida a todos: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados… eu vos darei descanso” (Mt 11,28). Nada além de Deus pode descansar a alma do homem. Logo nossas ocupações, cansaços e fatigas, não podem ser um pretexto para não procurar a Deus.

Quantos que procuram justificar sua falta de engajamento eclesial, pastoral, comunitário, suas ausências na Missa dominical no seu cansaço, nas suas fadigas! Cansaço algum, fadiga alguma justifica o distanciamento de Deus, da Igreja, da comunidade, da Eucaristia, da oração. Porque o pior dos cansaços e das fatigas é o drama da vida e um mundo sem Deus. Por isso o Senhor se dirige a cada um de nós: “Vinde a mim…”.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Zc 9,9-10 / Sl 144 (145) / Rm 8,9.11-13
Evangelho: Mt 11,25-30

Reginaldo Mendonça
Reginaldo Mendonçahttps://diocesedeformosa.com.br/
Criada em 16 de outubro de 1979, é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, sufragânea da Arquidiocese de Brasília. Pertence à província eclesiástica de Brasília e ao Regional Centro-Oeste da CNBB.

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