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segunda-feira, 20 maio, 2024 - 02:20 AM

XVI Domingo do tempo comum

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Somente a Deus cabe a justiça que salva e liberta de todos os males

A realidade deste mundo é ambígua, é trigo e é joio, há muito sinal de vida, mas também muitos sinais de morte, há a presença do bem e também manifestações do mal, temos paz, mas também temos as guerras e conflitos, temos tantos testemunhos de amor, ladeado por tantas manifestações de ódio. Diante disso, tantas vezes desejamos o bem, queremos o bem, contudo sofremos ou praticamos todas as espécies de males. Mas o bem e o mal não se equivalem, não são duas forças de igual poder. Enquanto o joio está destinado ao fogo, o trigo está destinado aos celeiros da vida eterna. Enquanto o mal é uma força que conduz o homem a ruína, o bem prevalecerá para sempre.

Diante destas ambiguidades somos muitas vezes tentados a querer eliminar o mal por nossas mãos, pensando que somos capazes de fazer justiça, de produzir justiça. À exemplo dos empregados da parábola que perguntam ao seu senhor: “Queres que vamos arrancar o joio?” (Mt 13, 28). Mas somente Deus pode extirpar o mal do mundo. Somente o Senhor é nossa justiça. Da nossa parte, se queremos sair vencedores sobre toda espécie de mal temos que estar unidos a Nosso Senhor que, no mistério da sua paixão, venceu todo tipo de mal, entre os quais, o pecado e a morte.

Na Cruz o trigo triunfou sobre o joio, unidos à cruz do Senhor também podemos vencer o mal, perseverar no bem, embora haja joio crescendo em grande abundância em meio ao trigo da Palavra de Deus. No entanto, nos conforta saber que somente o bem triunfará, enquanto o mal destrói-se por si mesmo.

A presença do mal no mundo nos chama a um combate, à conversão, ao testemunho, a crer no bem. O mal não tem consistência, mesmo quando se manifesta com a aparência de bem. Isto mesmo, o mal é um bem aparente, ou seja, um joio disfarçado de trigo. Tanto que na antiguidade o joio era chamado de falso trigo, dada a sua semelhança com o trigo.

Quantos males terríveis e perversos são apresentados e defendidos pelos senhores do mundo como se fossem um bem?! Drogas, luxuria, eutanásia, satanismo, relativismo e tudo quanto é espécie de vícios e ideologias. A atual avalanche cultural tem chegado ao ponto de incutir nas novas as gerações a enganosa ideia de que aquilo que é um bem é mal. Não são poucos que, deformados pela mentalidade vigente, acham que Cristo, a fé católica, o evangelho, a vida, a família, o matrimônio, o dom dos filhos é um mal. Enquanto acham que pautas ideológicas como a sodomia, a legalização das drogas, a eutanásia a contracepção, o aborto, a exploração dos pobres, o sucateamento do meio ambiente, o igualitarismo entre as religiões, a prostituição seja um bem.

Não deixemo-nos enganar pelo falso trigo (o joio), mas alimentemo-nos com o trigo da justiça e da verdade. Vivamos da paciência da fé, afim de suportar a coexistência do trigo e do joio, do mal e do bem, da morte e da vida, do vício e da virtude na vida presente. Na certeza que chegará o momento no qual a justiça de Deus irá por fim a esta ambiguidade, recolhendo para si os creram e promoveram o bem, enquanto aniquilará toda espécie de mal.

Sigamos o conselho de São Paulo “Não te deixes vencer pelo mal; vence antes o mal com o bem” (Rm 12, 21). Nosso grande bem é Cristo, é Deus, unidos a Ele pela fé e pela graça é que poderemos vencer o mal. Somente a Ele cabe a justiça que salva e que liberta. Não caímos na tentação de querer vencer o mal com o mal, com a violência, com a intolerância, senão teríamos que produzir um mal ainda maior. É com a fidelidade a Cristo, com vigilância e constante oração e com o testemunho da vida que iremos vencendo o mal em nós e fora de nós.

Pe. Hélio Cordeiro dos Santos
Formador do seminário maior N. S. de Fátima
Brasília – DF


Leituras: Sb 12, 13.16-19/ Sl 85 (86)/ Rm 26 – 27
Evangelho: Mt 13, 24 -43

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